Krak dos Cavaleiros

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os Planos Inferiores do Céu Parte 01

Os Planos Inferiores do Céu

 

Terça, 23 de setembro de 1913.
Quem está aí? [i]
Mamãe e outros amigos que vieram ajudar. Estamos progredindo muito bem, mas não podemos transmitir-lhe todas as palavras que gostaríamos ainda, pois sua mente não está relaxada e passiva como gostaríamos.
Diga-me alguma coisa sobre seu lar e sua ocupação.
Nossa ocupação varia de acordo com a necessidade daqueles a quem auxiliamos. É variado, mas dirigido para a elevação dos que ainda estão na vida terrena. Por exemplo, fomos nós que sugerimos a Rose a criação de um grupo de pessoas para virem auxiliá-la no caso de ela sentir qualquer perigo quando estivesse no quarto escrevendo enquanto movíamos sua mão, e este grupo está agora encarregado do caso dela. Ela não sente, às vezes, a presença deles próximos a ela? Ela deveria, porque eles estão sempre alertas ao seu chamado.
Sobre nosso lar – É muito brilhante e lindo, e nossos companheiros das esferas mais altas têm sempre vindo a nós para nos animarem a seguirmos em nosso caminho para frente.
Ocorreu um pensamento em minha mente. Eles podem ver estes seres dos planos mais altos, ou acontece a eles o mesmo que conosco? Posso dizer que aqui e ali, ao longo destes registros, o leitor chegará a passagens que são obviamente respostas para meus pensamentos não expressos, usualmente começando com “Sim” ou “Não”. Ficando isso entendido, não haverá necessidade para que eu as indique, a menos que alguma ilustração em particular requeira.
Sim, podemos vê-los quando desejam que assim aconteça, mas depende do estado de nossa evolução e do próprio poder deles de servir a nós.
Poderia agora, por favor, descrever a sua casa – paisagens, etc.?
A Terra aperfeiçoada. Mas é claro que realmente existe aqui o que chamam de quarta dimensão, de certa forma, e que nos impede descrevê-la adequadamente. Temos colinas, rios e lindas florestas, e casas também, e todo o trabalho daqueles que vieram para cá antes de nós, para deixarem tudo pronto. Estamos agora a trabalho, na nossa vez, construindo e arrumando para aqueles que ainda devem continuar sua batalha na Terra, e quando vierem para cá encontrarão todas as coisas prontas e a festa preparada.
Contaremos a você uma cena que presenciamos não faz muito tempo. Sim, uma cena em nosso plano. Avisaram-nos que uma cerimônia iria acontecer numa certa planície não muito longe de casa, à qual deveríamos estar presentes. Era a cerimônia de iniciação de alguém que havia atravessado o portal do que chamamos preconceito, isto é, do preconceito contra aqueles que não eram de seu próprio modo de entendimento, e que estava para seguir para uma esfera mais ampla e plena de benefícios.
Fomos para lá, conforme o convite, e encontramos multidões chegando de todas os lados. Alguns vieram em... por que hesita? Estamos descrevendo literalmente o que vimos – carruagens; chame-as de outra forma, se quiser. Elas eram puxadas por cavalos, e seus condutores pareciam saber exatamente o que dizer a eles, já que não eram guiados com arreios como são na Terra, mas pareciam ir para onde os condutores desejavam. Alguns chegaram a pé e alguns através do espaço por vôo aéreo. Não, sem asas, que não são necessárias.
Quando estavam todos reunidos, formou-se um círculo; usavam roupagem de cor laranja, mas brilhante, não como aquele que se adiantou, o que estava para ser iniciado, ele usou a cor como você a conhece; nenhuma de nossas cores é conhecida, mas temos que lhe contar em nossa antiga linguagem. Aquele que havia sido seu guardião, então, levou-o pelas mãos e colocou-o num outeiro verde no meio do espaço aberto, e orou. E então uma coisa linda aconteceu.
O Céu pareceu ter intensificado sua cor – principalmente azul e dourado – e de fora dele desceu uma nuvem semelhante a um véu, mas que parecia ser feito de uma fina renda, e as figuras dominantes eram pássaros e flores – não brancos, mas todos dourados e irradiantes. Isto lentamente se expandiu e desceu sobre os dois, e eles pareceram se tornar parte dele, e ele deles, e, à medida que esvaneceu lentamente, deixou ambos mais belos que anteriormente – permanentemente belos, porque ambos haviam sido elevados para uma esfera mais alta de luz.
Então começamos a cantar, e, apesar de que não podíamos ver instrumentos, mesmo assim a música instrumental misturou-se com nosso canto e uniu-se a ele. Foi muito bonito, e serviu tanto para galardão aos que mereceram, como também um estímulo para os que ainda devem marchar no caminho que estes dois já marcharam. A música, como mais tarde descobri, vinha de um templo instalado fora do círculo, mas sem dúvida não parecia vir de nenhum ponto. Esta é uma qualidade da música por aqui. Freqüentemente parece fazer parte da atmosfera.
Nem a jóia faltou. Quando a nuvem saiu, ou dissolveu, nós a vimos na testa do iniciado, dourada e vermelha, e seu guia, que já tinha uma, usava a dele em seu ombro – ombro esquerdo – e percebemos que havia aumentado de tamanho e em brilho. Não sei como isso acontece, mas faço uma idéia, não o suficientemente definida para lhe contar, entretanto, e é difícil de explicar o que nós entendemos por nós mesmos. Quando a cerimônia acabou, todos nós nos separamos, indo para os nossos trabalhos novamente. Foi mais longa do que lhe descrevi, e teve um efeito muito encorajador em todos nós.
Acima da colina, no lado mais distante da planície onde estávamos, percebi uma luz intensificar-se e apareceu-nos um contorno lindo de uma forma humana. Não penso que tenha sido uma aparição de nosso Senhor, mas de algum grande Anjo Mestre que veio para nos dar forças, e para cumprir Sua vontade. Sem dúvida alguns ali puderam ver mais claramente que eu, porque conseguiam ver, e também entender, na proporção do estágio de evolução de cada um.
Não, meu menino, apenas pense por um momento. É de sua mente ou através dela, como dizem vocês? Quando você se sentou para escrever, como sabe, nada estava mais longe de seus pensamentos que isso, porque tivemos o cuidado de não o impressionar, e mesmo assim você saiu rapidamente com a hipótese de que nós o influenciamos. Não foi assim?
Sim, admito-o fracamente.
Muito bem. E agora sairemos... mas não o deixaremos, já que estamos sempre com você, de uma forma que não pode compreender – mas deixaremos esta escrita, com nossa oração e bênçãos sobre você e os seus. Boa noite e até logo, até amanhã.