Krak dos Cavaleiros

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

OS PLANOS INFERIORES DO CÉU PARTE 3

Quinta, 25 de setembro de 1913.
O que mais queremos lhe dizer esta noite é para ser entendido como uma tentativa imperfeita de transmitir-lhe do que é o significado daquela passagem da qual você sempre se lembra, onde nosso Senhor diz a São Pedro que ele é um adversário d’Ele. Ele, como você se recordará, estava a caminho da Cidade Santa, e esteve dizendo a Seus Apóstolos que seria assassinado ali. Agora, o que Ele evidentemente queria passar a eles era o fato de que, apesar de que para os homens Sua missão parecesse terminar em falha, ainda assim aos olhos que pudessem ver, como Ele faria que os deles vissem, Seu fim era apenas o começo de uma evolução muito mais poderosa e gloriosa da missão que lhe foi confiada pelo Pai, para a elevação do mundo.
Pedro, por sua atitude, mostrou que não entendera isso. Está tudo claro e simples o suficiente, pelo menos, para ser entendido. Mas o que está freqüentemente fora da visão é o fato de que o Cristo estava seguindo uma linha reta de progresso, e Sua morte foi apenas um incidente em sua estrada progressiva, e que aquela tristeza, como o mundo a entende, não é a antítese da alegria, mas pode ser parte dela, porque, se corretamente usada, torna-se o fulcro no qual a alavanca pode se apoiar para aliviar um peso para fora do coração daqueles que entendem que tudo é parte de um planejamento de Deus para o nosso bem. É somente conhecendo o real “valor” da tristeza que compreenderemos o quão limitada é em seu efeito, enquanto nos faz infelizes. Bem, Ele estava por infligir aos apóstolos a maior das tristezas que Ele poderia e, a menos que eles entendessem isso, seriam incapazes de usarem a tristeza para elevarem-se a si mesmos acima da turbulência do mundo, e portanto, incapazes de realizarem o trabalhão que Ele tinha para eles cumprirem. “Sua dor deve ser convertida em alegria,” disse-lhes Ele, e assim aconteceu, mas apenas quando eles aprenderam o valor científico da tristeza – apesar de que numa medida limitada, entretanto razoável.
Tudo isso soa muito simples quando está escrito deste jeito, e sem dúvida é, de certa forma, porque todos os fundamentos da economia de Deus são simples. Mas para nós, e agora para mim, tem uma importância que pode não ser aparente a vocês. Pois o problema que é principalmente estudado na Casa na qual gasto a maior parte de meu tempo é este mesmo tema, isto é, transformar, ou converter, as vibrações de tristeza em vibrações que produzam alegria no coração humano. É um estudo maravilhoso, mas muitas dúvidas entram nele por causa das restrições impostas a nós pelo sagrado livre arbítrio. Nós não podemos derrogar o arbítrio de ninguém, mas temos que trabalhar através de suas vontades para produzirmos o efeito desejado e ainda deixá-los livres todo o tempo, e assim, irem merecendo, de uma forma e em certa medida, as bênçãos recebidas. Canso-me às vezes, mas passa, conforme vou me fortalecendo no trabalho. Qual é a sua pergunta? Penso que quer formular uma.
Não, obrigado. Não tenho nenhuma pergunta em particular em mente.
Não havia algo que queria perguntar sobre... algo a ver com o método pelo qual o impressionamos?
Realmente pensei em perguntar-lhe isso pela manhã. Mas havia esquecido. Suponho que não haja mais nada a ser esclarecido, não é? Eu chamaria de impressão mental.
Sim, é correto, tanto quanto alcance, mas não vai muito longe. Impressão mental é uma expressão que encobre muita coisa que não é compreendida. Nós impressionamos você através destas mesmas vibrações, algumas de natureza diversa das outras, todas direcionadas à sua vontade. Mas vejo que não está muito interessado neste tema agora. Retornaremos a ele, se quiser, em outra ocasião. Quero falar daquelas coisas que são de seu atual interesse.
Então conte-me mais sobre aquela sua Casa e sobre seu novo trabalho.
Então, muito bem, tentarei fazê-lo o melhor que puder. Ela é lindamente acabada, por dentro e por fora. Internamente temos banheiros e uma sala de música e o aparato que nos ajuda nos registros de nossos trabalhos. É um lugar bem amplo. Chamei de casa, mas realmente é uma série de casas, cada uma destinada a um certo tipo de trabalho, progressivos como numa série. Passamos de uma a outra conforme aprendemos tudo o que podemos de cada uma delas. Mas tudo é tão magnífico que as pessoas não entenderiam, nem acreditariam; portanto prefiro contar-lhe de coisas mais simples.
Os terrenos são bem amplos, e todos têm uma espécie de relação com os prédios, uma espécie de sensibilidade recíproca. Por exemplo, as árvores são árvores verdadeiras, e crescem mais do que as árvores da Terra, e têm um relacionamento com os prédios, e tipos diferentes de árvores respondem mais a uma casa do que outros, e ajudam no efeito e no trabalho para os quais aquela casa em particular foi construída. Assim é também com grupos de árvores nos bosques, e as flores nos canteiros dos caminhos, e os arranjos dos regatos e cachoeiras que são encontrados em diversas partes do local. Tudo isso foi pensado com imensa sabedoria, e o efeito produzido é muito belo.
A mesma coisa se obtém na Terra, mas as vibrações lá são tão pesadas, comparativamente, tanto dos que emitem quanto dos que recebem, que o efeito é quase invisível. Apesar disso, assim é. Por exemplo, você sabe que algumas pessoas conseguem plantar com sucesso mais flores e árvores do que outras, e que as flores permanecem vivas mais tempo em algumas casas – e suas famílias – do que em outras; quero dizer das flores colhidas. Tudo isso aqui é a mesma coisa, de uma forma geral. Aqui estas influências são mais potentes em suas ações, e também os receptores são mais sensíveis na percepção. E isso, veja, é uma das coisas que nos ajudam em diagnósticos acurados dos casos que são registrados aqui a fim de que sejam lidados por nós.
A atmosfera também é naturalmente afetada pela vegetação e pelas construções, já que, deixe-me repetir, estas casas não foram construídas meramente de forma mecânica, mas são o desenvolvimento – fruto, se preferir – da ação da vontade dos mais evoluídos na hierarquia destes reinos, e portanto de mais poderosa vontade criativa.
A atmosfera tem também um efeito em nossas vestimentas, e influencia as nossas próprias personalidades por seu efeito na textura e coloração. Desta forma, se fôssemos espiritualmente do mesmo grau, nossa roupagem seria da mesma cor e textura, por causa da influência atmosférica; de fato ela é modificada na mesma graduação em que nossas características diferem uns dos outros.
Também o matiz de nossas roupas muda de acordo com a parte do terreno em que estejamos. É muito interessante e instrutivo, e também muito bonito, vê-las variando de cor conforme percorremos uma estrada onde floresce vegetação diferente, ou onde o conjunto das várias espécies de plantas é diferente.
A água também é muito bonita. Vocês ouvem das ninfas das águas e sobre seres semelhantes, na vida terrena. Bem, posso dizer-lhe que, de certa forma, são reais. Todo o lugar é envolvido e interpenetrado com vida, o que significa criaturas viventes. Eu tinha alguma idéia disso na esfera de onde recentemente cheguei, mas aqui, assim que me acostumei a tudo que era estranho e novo por aqui, vejo tudo mais amplamente e começo a imaginar o que haverá em algumas esferas adiante. Pois o que se imagina deste lugar parece ser o máximo que um lugar poderia conter.
Mas, deixe estar. Ele, que é Quem nos favorece em uma parte de Seu maravilhoso reino, favorecer-nos-á em outra. Isto é um conselho a você, meu filho querido, com o qual eu o deixo agora, com minhas bênçãos.