Krak dos Cavaleiros

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ESPIRITO SANTO, UNÇÃO E MAGNETISMO. SINONIMOS?

 





Isaías 61
“O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado”.


SUAS ORIGENS

Antes de dizer qualquer coisa sobre magnetismo precisamos, primeiro, esclarecer a respeito de qual "magnetismo" pretendemos falar, pois a palavra magnetismo tem sido usada, através dos tempos, com pelo menos dois significados bem diferentes. De um lado, temos o significado atribuído pela ciência oficial; do outro, o utilizado nos tratados espiritualistas.

A ciência usa o termo magnetismo para designar certos efeitos produzidos pelas cargas elétricas quando em movimento. A atração entre imã e ferro é um exemplo.
Os espiritualistas entendem magnetismo como o produto das exteriorizações da mente, muito embora também admitam a possibilidade de sua produção a partir de outras estruturas menos complexas. Neste último caso as emanações magnéticas seriam, em consequência, menos elaboradas.

Muito poucos cientistas, até hoje, se dispuseram a pesquisar seriamente o "magnetismo" dos espiritualistas. A razão talvez seja a dificuldade em detectá-lo, com segurança, através dos aparelhos de medida, ou, quem sabe, seja ainda o reflexo de posições sectárias adotadas em séculos anteriores.

Os espiritualistas, por seu turno, em geral, simplesmente acreditam. Neste caso, também incorrendo na falta de uma avaliação experimental tão desejável.
De tudo isso resulta não se ter, até o presente, qualquer prova concreta de que o "magnetismo" dos cientistas seja o mesmo "magnetismo" dos espiritualistas. Todas as evidências, contudo, nos levam a crer que os dois "magnetismos" têm muito em comum, mesmo que não sejam exatamente a mesma coisa.

No decorrer deste trabalho, salvo quando especificado em contrário, adotaremos sempre, para o termo, o sentido atribuído pelos espiritualistas.
O magnetismo, na realidade, não é um fato novo. Desde os tempos antigos é conhecido e largamente utilizado. As manipulações magnéticas, embora, muitas vezes, tenham recebido designações outras, são conhecidas desde as primeiras civilizações que habitaram o nosso planeta. Há referências seguras da sua utilização entre os povos antigos do Egito, da Caldéia, da Fenícia, da Pérsia, da índia e da civilização hebraica. Moisés utilizou fartamente o magnetismo durante a epopéia de libertação do povo judeu do cativeiro do Egito e sua condução à "Terra Prometida".

As curas realizadas por Jesus são exemplos sublimes de manipulações magnéticas providas por um Espírito Superior, e, certamente, todo aquele que se revestir de disciplina, perseverança e desejo firme de exercer a caridade também um dia será capaz de tais realizações.
A literatura hoje disponível sobre o magnetismo, em decorrência da diversidade de povos e épocas em que foi utilizado, é muito variada, apresentando grandes diferenças nos aspectos teóricos, na terminologia empregada e nas técnicas recomendadas. Neste estudo procuraremos, sempre que possível, utilizar a terminologia introduzida por Kardec e as recomendações encontradas nas obras mediúnicas.

VAN HELMONT, MESMER E BRAID

Embora já no século XV se falasse em "simpatia magnética", foi somente nos séculos seguintes, principalmente com Van Helmont e Mesmer, que se tomou mais generalizado o interesse a respeito do magnetismo. Van Helmont, no século XVII, foi quem primeiro utilizou a expressão "magnetismo animal", e Mesmer teve tão destacada influência sobre o magnetismo que muitas vezes se confundem os termos magnetismo e mesmerismo, embora, o mesmerismo seja na realidade o conjunto das idéias de Mesmer sobre o magnetismo e não o magnetismo propriamente dito.

Foi Mesmer que, em 1779, viria a propor a teoria do "fluido universal", mais tarde também adotada por Allan Kardec. Mesmer acreditava ser o fluido universal substância de "sutileza sem comparação que penetra todos os corpos". Acreditava, também, que todos os corpos possuíam propriedades idênticas às dos imãs e que as doenças eram provocadas por desequilíbrios na distribuição do magnetismo no organismo das pessoas.

Só no século XIX, através dos trabalhos do médico inglês James Braid, alguns aspectos do magnetismo animal, antes postulados por Van Helmont, passaram a ser aceitos pela ciência oficial. Braid propôs uma teoria explicando a fisiologia do chamado "sono nervoso", fenômeno que ele denominou hipnotismo. Assim apresentado, com roupagem e nomenclatura novas, este fenômeno aparentemente se desvinculava daquelas ocorrências conhecidas e negadas, pela ciência, durante tanto tempo.

A nova teoria e as novas designações, mesmo não se aplicando a todos os fenômenos, sem sombra de dúvida, contribuíram em muito para a aceitação, pela ciência, de alguns dos aspectos do magnetismo animal humano, muito embora, desde então, tenham se sucedido as mais variadas teorias tentando explicações mais convincentes para aquele conjunto de fatos observados.
O que se sabe ao certo é que um paciente pode ser levado, geralmente pela ação de um magnetizador, a um estado denominado transe hipnótico, no qual podem ocorrer fatos bastante singulares, sendo o mais comum deles a inibição de alguns de seus centros nervosos.
Através da hipnose pode também ser realizada a regressão de memória do paciente e, com isso, desencadeados mecanismos terapêuticos para superação de traumas e desequilíbrios de personalidade motivados por ocorrências do pretérito.

ALLAN KARDEC E ROUSTAING

Após escrever diversos livros sobre os mais variados temas, englobando desde a aritmética, a geometria, a gramática francesa, a química, a física, a astronomia e a fisiologia humana, Kardec viu-se atraído pelos fenômenos magnéticos que se apresentavam, com tanta insistência, na França do século XIX.

Em 1854, já com sólidos conhecimentos sobre o magnetismo, e motivado por relatos de magnetizadores contemporâneos seus, Kardec foi levado a observar e posteriormente a analisar o chamado "fenômeno das mesas girantes". Os primeiros resultados dos seus estudos vieram a público a 18 de abril de 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos", livro este que deu forma e fundamentação ao Espiritismo, conforme o compreendemos hoje.

A opinião de Kardec sobre o magnetismo é a de que, durante o processo de magnetização, ocorre liberação de fluidos emanados do magnetizador, os quais, conjugados ou não a fluidos oriundos de entidades espirituais que o assistam, vão agir sobre o paciente.

Vários outros estudiosos espíritas, do período da Codificação, fizeram referência aos fenômenos magnéticos, destacando-se dentre eles, J.-B. Roustaing4, que assegurava ser o magnetismo o "agente universal que tudo aciona". Roustaing assegurava ainda ser o magnetismo "um laço universal pelo qual Deus nos ligou a todos, como que para formarmos um único ser e para nos facilitar a ascensão ao seu seio, conjugando-nos as forças".

MAGNETISMO HOJE

A ciência oficial, nos dias de hoje, só reconhece o magnetismo nos seus aspectos ligados à eletricidade — eletromagnetismo — e naqueles referentes ao hipnotismo, muito embora ainda estabeleça sérias dúvidas quanto a possíveis conexões entre este último fenômeno e o magnetismo, preferindo, em geral, atribuir-lhe outras causas.

Sob a forma do passe, o magnetismo é, hoje, larga­mente utilizado, principalmente nas casas espíritas.
Na liturgia atual da Igreja Católica, o passe pode ser identificado na imposição de mãos dos padrinhos, em certos momentos das cerimônias de casamento e batismo. Vamos encontrá-lo, também, nos exorcismes e nas bênçãos de um modo geral.

Algumas Igrejas protestantes, como, por exemplo, a Batista Renovada, a Presbiteriana Renovada e a Assembléia de Deus, de certa forma, usam o passe por ocasião de batismos, casamentos, "curas" e "expulsão de demônios".

No interior, e entre as classes mais humildes das capitais do Nordeste, existem, ainda hoje, as chamadas "rezadeiras" ou "benzedeiras" que, utilizando um galhinho de mato verde, "rezam nas pessoas com olhado". O que ocorre realmente nessas ocasiões é a aplicação de um passe de dispersão dos fluidos negativos acumulados no paciente.

Os fluidos negativos se originariam, segundo acreditam algumas pessoas, no olhar de admiração, com sentimentos de inveja, dirigidos por alguém, daí decorrendo o nome olhado. Na realidade, sabemos, hoje, através do Espiritismo, que não são os olhos da pessoa que emitem emanações boas ou más e sim a sua mente. Os olhos são apenas um dos veículos utilizados pelo organismo para percepção do ambiente que nos cerca.

O MAGNETIZADOR ESPÍRITA

O recurso magnético, dentro de uma casa espírita, é largamente utilizado como mecanismo de auxílio dos mais importantes, podendo mesmo ser considerado recurso auxiliar indispensável nos tratamentos de distúrbios, tanto no plano físico quanto no plano espiritual.

E muito importante salientar que, embora todas as pessoas tenham capacidade de exteriorizações magnéticas, com possibilidades de prestar auxílio aos mais necessitados, essa capacidade pode, e deve, ser desenvolvida, principalmente, através do exercício regular, da retifícação do comportamento e da progressiva elevação moral.

Do magnetizador espírita exige-se, como indispensável, o desejo firme e sincero de ajudar, pois os resultados das ações magnéticas dependem, fundamentalmente da nossa vontade e da nossa fé. Naturalmente a vontade não é tudo, como perceberemos no correr das nossas experiên­cias, mas sem ela nada é possível fazer.

UM MODELO ELETROMAGNÉTICO PARA O PERISPÍRITO

É fato científico comprovado que cargas elétricas em movimento sempre produzem os chamados campos magnéticos. Considerando que movimentos de cargas elétricas — corrente elétrica'— podem ocorrerem minerais, vegetais e animais, além do próprio tecido do perispíriío, podemos referir-nos, conforme sua origem, a:

— Magnetismo mineral;

— Magnetismo vegetal;

— Magnetismo animal (aí incluído o humano); e

— Magnetismo espiritual.

E também fato científico comprovado que o magnetismo (campo magnético) provoca, por sua vez, ações magnéticas sobrecargas que se movimentem na região em que ele se verifica. De tudo que foi acima referido pode-se concluir que todos os seres e todas as coisas do nosso planeta acham-se, permanentemente, submetidas à ação magnética, ação esta que pode ser mais ou menos intensa.

De todos os campos magnéticos observados na natureza, os mais complexos e curiosos, embora de pouca intensidade, são exatamente aqueles gerados pelos nossos próprios organismos.

O nosso espírito de alguma forma exterioriza um padrão magnético característico que o envolve, de modo semelhante ao que se observa com um imã qualquer. A diferença é que, no caso do espírito, o padrão é extremamente mais complexo e varia bastante de Espírito a Espírito, em função, principalmente, do seu estágio evolutivo, podendo ainda sofrer modificações temporárias, embora que superficiais, por ação da sua própria mente.

Esse padrão magnético gerado pelo Espírito age sobre a matéria do ambiente em que se encontra, aglutinando-a, em torno de si, de modo semelhante ao que ocorre com limalhas de ferro em tomo de um ímã.

Como a frequência vibratória do padrão magnético do Espírito pode variar bastante de caso a caso, temos como consequência que os tipos de elementos sensíveis à ação desse padrão magnético também variam bastante, residindo aí a razão fundamental das diferenças constitutivas entre o corpo espiritual de um dado Espírito e o de outro. Em alguns, a matéria que os forma, pois é matéria realmente, é mais facilmente perceptível, enquanto que, em outros, geralmente mais evoluídos, ela é mais sutil. Uns apresentam-se, por exemplo, mais luminosos, enquanto outros só adquirem esta condição temporariamente e de forma imperfeita, e outros ainda em nenhum momento conseguem apresentar tal característica.

Essa estrutura magnética, "recheada" de elementos específicos de matéria, é que se denomina perispírito. O perispírito, embora extremamente plástico, é praticamente indestrutível. Quando nos depararmos com a informação de que, diante de certas circunstâncias, um Espírito pode vir a "trocar" seu envoltório espiritual, devere­mos entender que ele, apenas, substitui a matéria aglutinada pelo seu padrão magnético característico, mas nunca o próprio padrão magnético. Se ele fosse substituído, ou destruído, também o seriam todas as suas lembranças e demais registros que o caracterizam, isto é, seria aniquilada a própria identidade do Espírito, pois se encontra no seu perispírito o registro de todas as ocorrências em que participou durante toda a sua existência, justamente aquilo que o individualiza.

Os campos magnéticos que formam o nosso perispírito interagem com aqueles gerados nos níveis superiores do nosso cérebro, de modo que informações são trocadas entre eles nos dois sentidos. O cérebro envia ao Espírito, via perispírito, mensagens que dão conta das percepções colhidas do próprio organismo e do meio ambiente em que o corpo se encontra. O Espírito, por sua vez, envia ao cérebro comandos a serem executados pelo organismo.

Os nossos pensamentos nada mais são que "moldes magnéticos" relativamente voláteis, que se originam no nosso espírito e que, agindo sobre o envoltório fluídico que nos envolve, ali plasmam as "formas-pensamento" que continuamente exteriorizamos. Este mecanismo é em tudo semelhante ao da aglutinação de matéria para composição do nosso perispírito, conforme referido anteriormente. Há, contudo, uma diferença fundamental, pois, enquanto o perispírito tem uma estrutura estável, estas formas--pensamento, ao contrário, modificam-se progressivamente, a partir do momento em que são criadas, pela ação dos campos magnéticos do ambiente.

Estas modificações são de tal ordem que as levam, após algum tempo, invariavelmente, a uma desagregação completa. Desagregação semelhante não acontece com o perispírito, em razão da presença do Espírito, que está, permanentemente, a exteriorizar o "molde magnético" que o constitui.

Mais adiante, voltaremos ainda a falar sobre formas--pensamento.
No nosso dia-a-dia todos nós exercemos, em maior ou menor grau, uma interação magnética contínua com o meio e com os indivíduos com quem nos relacionamos. Essas interações podem trazer resultados benéficos ou prejudiciais, a depender da faixa vibratória relativa de cada um.

Fora do campo puramente físico, todas as ações, quer sejam exercidas por um Espírito encarnado ou por um desencarnado, são sempre ações magnéticas recíprocas, isto desde um simples pensamento até fenômenos mais complexos como uma materialização ou, mesmo, uma intervenção para alteração da aparência de um Espírito qualquer.




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