"Tendo deixado Jesus despedindo-se do povo, tomaram a barca,
a fim de passarem para a outra margem." - (Mateus, 14:22)
Quando os Apóstolos de Jesus se dirigiam, num barco, para a outra margem do lago de Genesaré, se defrontaram com tremenda tempestade, que ameaçava fazer a embarcação soçobrar.a fim de passarem para a outra margem." - (Mateus, 14:22)
Nisso, os Apóstolos divisaram uma pessoa que, andando sobre as águas, caminhava em direção deles. Apavorados, passaram a gritar: é um fantasma! Então, a estranha figura aproximou-se mais, e eles reconheceram o Mestre.
O Apóstolo Pedro, diante daquele fato inusitado, exclamou: "Se és realmente Jesus, permite que eu vá até aí, caminhando sobre as águas..." Logo teve permissão.
Entretanto, devido à violência da tempestade, começou a afundar-se, e pediu socorro ao Mestre, que, ao entrar no barco, fez com que a ventania se aplacasse.
Segundo o que está exarado no livro "A Gênese", de Allan Kardec, existem várias explicações para o fenômeno:
Pode-se deduzir que ali estava apenas o Perispírito de Jesus; embora estivesse vivo, o Mestre poderia aparecer sobre as águas com uma forma tangível, estando, alhures, o seu corpo. Essa é a explicação mais provável.
São acidentais os fenômenos de ordem psíquica, os quais se podem produzir, nada havendo de anormal; são interpretados pelas propriedades do Perispírito e podem originar-se em vários graus, em outros indivíduos.
Conclui-se, ainda, que o Mestre, com o seu poder espiritual, fazia com que seu corpo se levitasse, acima das águas, do mesmo modo como os Espíritos fazem em sessões de efeitos físicos, levantando mesas e outros objetos pesados. (O médium Daniel Dunglas Home, mediunizado, foi levantado até o teto; ultrapassou a janela e ficou suspenso no ar, em cima de uma rua bastante movimentada.)
O Apóstolo Pedro, tudo indica, não conseguiu contar com esse recurso.
Afirma, de novo, Kardec: "Sendo o mesmo Perispírito, tanto nos encarnados como nos desencarnados, um Espírito encarnado, por efeito completamente idêntico, pode, num momento de liberdade, aparecer em ponto diverso daquele em que repousa o seu corpo, com os traços que lhe são habituais e com todos os sinais de sua identidade.
Foi esse fenômeno, do qual se conhecem muitos casos autênticos, que deu lugar à crença nos homens duplos, ou na bicorporeidade". Um caso típico desse gênero sucedeu com Antônio de Pádua, que, estando em Lisboa, o seu duplo etéreo apareceu em uma cidade espanhola, a fim de defender seu pai que estava sendo julgado por um crime que não cometera.
Em João (10:17-18) Jesus afirmou: "Porque deponho a minha vida para a retomar. Ninguém ma arrebata; eu a deponho pela minha vontade." Isso corrobora a opinião expressa por Allan Kardec de que o Mestre andou sobre as águas com o seu corpo perispiritual, tendo o corpo físico ficado em repouso, noutro lugar.
Três evangelistas — Mateus, Marcos e João foram unânimes na afirmação de que Jesus penetrou na barca e fez aplacar a fúria da tempestade. Marcos, no entanto, diz que Jesus somente foi reconhecido, quando todos desceram a terra, o que indica, claramente, que houve mais uma transfiguração do Mestre.
O ensinamento predominante dessa passagem evangélica, é uma demonstração clara de que o Mestre jamais desampara alguém que passa por expiações no mar tempestuoso da vida terrena. Sempre que a existência do homem fica agitada pelos embates das provações e expiações que, invariavelmente, surgem na sua trajetória, Jesus Cristo, através dos seus prepostos, surge, a fim de dar a sustentação que se fizer necessária.
Por isso, ensinou-nos a fórmula: "Batei, a abrir-se-vos-á, pedi, e dar-se-vos-á, buscai e achareis".
Todas as criaturas experimentam amargas fases em suas vidas.
Entretanto, os nossos Maiores da Espiritualidade, sob a égide de Jesus Cristo, não ficam trancafiados nos Planos Celestiais, em estado de inação, de contemplação beatífica, mas, descem, constantemente, à Terra, a fim de consolarem os desesperados, de enxugarem as lágrimas, suavizarem dores, dando coragem àqueles que ameaçam fracassar nas lutas da vida terrena.
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