Krak dos Cavaleiros

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Druidas e sua Doutrina da Imortalidade da Alma



Os Druidas e sua Doutrina da Imortalidade da Alma
Os Druidas eram sacerdotes e sarcedotisas dedicados ao aspecto feminino da
divindade: a Deusa. Mas eles sabiam que todas as nossas idéias a respeito da
divindade eram apenas parciais e imperfeitas percepções do divino. Assim,
todos os deuses e deusas do mundo nada mais seriam que aspectos de um só Ser
supremo - qualquer que fosse a sua denominação - vistos sob a ótica humana.
Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos
construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais
suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas
cerimônias. Os druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se
espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental,
incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do
extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem
todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham
notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e
astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao
dos neoplatônicos. A mulher tinha um papel preponderante na cultura
druídica, pois era vista como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir
o céu (o Deus, o eterno aspecto masculino) à terra (a Deusa, o eterno
aspecto feminino). Assim, o mais alto posto na hierarquia sacerdotal
druídica era exclusividade das mulheres. O mais alto posto masculino seria o
de conselheiro e "mensageiro" dos deuses, e, entre outras denominações,
recebiam o nome de Merlin.
Desde a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão,
por isso hoje sabemos muito pouco sobre deles, apesar de o próprio Júlio
César reconhecer a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em
defesa de sua cultura. Sabemos que eles possuíam suficiente sabedoria para
marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de
mistério e misticismo (e eles, de fato, eram místicos), sendo reverenciados
e respeitados como legítimos representantes dos deuses.
O Povo Celta, como um todo, construira-se dentro de uma tradição
eminentemente oral, ou seja, não usavam a escrita para transferir seus
conhecimentos fundamentais – embora conhecessem uma forma de escrita chamada
rúnica. Por isso após o domínio do cristianismo - que no início foi bem
recebida pelos próprios druidas, quando o poder da Igreja de Roma ainda não
era suficientemente forte e corrompido ao ponto de distorcer a mensagem
básica de Jesus de tolerância e amor – perdemos muito desta maravilhosa
civilização, e, juntamente, perdemos muito da história dos Druidas, e até
hoje muita coisa permanece envolta em mistério: sabemos que realmente eles
existiram entre o povo Celta, porém eles não eram propriamente originários
desta civilização, então de onde vieram os Druidas? Seriam eles os tão
terríveis Bruxos avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da
Igreja Católica Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos
saxões? Teria realmente José de Arimatéia (discípulo de Jesus) encontrado
abrigo entre eles? A história dos Druidas se esconde freqüentemente entre
diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur,
Morgana, eram Druidas.
Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas
fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo
ódio aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que
seus textos nos sejam uma fonte confiável de informação. A sensação que
temos é a de embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico,
como se tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sagrada de Avalon,
cercada de brumas, onde vive um povo incrível e misterioso.
Das poucas coisas que sabemos sobre eles, temos a certeza de que os Druidas
acreditavam na Imortalidade da Alma, que buscaria seu aperfeiçoamento
através das vidas sucessivas (reencarnação). Eles acreditavam que o homem
era o responsável pelo seu destino de acordo com os atos que livremente
praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa
ou má, segundo as obras praticadas. Quanto mais cedo o homem despertasse
para a responsabilidade que tinha nas mãos por seu próprio destino, melhor.
Ele teria ainda a ajuda dos espíritos protetores e sua liberação dos ciclos
reencarnatórios seria mais rápida. Ele também teria a magna responsabilidade
de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem
igualmente aptas a entender essa lei, conhecida hoje por lei do carma (que é
uma denominação hindu, não druídica).
Os Druidas desapareceram paulatinamente da história à medida que crescia o
domínio da Igreja de Roma. Os grandes sacerdotes druidas eram conhecidos
como as serpentes da sabedoria, e, numa paródia sem graça, São Patrício
ficou conhecido por ter expulso "as serpentes da Bretanha". Mas o fascínio
destas pessoas não poderia desaparecer de repente. Eles se perpetuaram nos
romances dos menestréis e trovadores medievais, e sua influência se fez
sentir nos vários movimentos místicos e contestatórios da Idade Média,
especialmente entre os Cátaros e na Ordem dos Templários.

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