Krak dos Cavaleiros

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sudário de Turim


http://www.timesonline.co.uk/tol/comment/faith/article6040521.ece


Cavaleiros Templários esconderam o Sudário de Turim, diz Vatican Richard Owen em Roma
Cavaleiros
medievais esconderam, e secretamente veneraram o Santo Sudário de Turim por mais de 100 anos após as Cruzadas, o Vaticano disse ontem em um anúncio que apareceu para resolver o mistério de anos em falta a relíquia.


A Ordem dos Templários, uma ordem que foi reprimida e dissolvida por alegada heresia, cuidou do pano de linho, que ostenta a imagem de um homem com barba, cabelos compridos e as feridas da crucificação, segundo investigadores do Vaticano.

O Sudário, que é mantido na capela real da Catedral de Turim, há muito tem sido venerado como a mortalha em que Jesus foi enterrado, embora a imagem só apareceu claramente em 1898, quando um fotógrafo desenvolveu um negativo.

Barbara Frale, pesquisador do Arquivo Secreto Vaticano, disse que o Sudário desapareceu no saque de Constantinopla em 1204 durante a Quarta Cruzada, e não a superfície novamente até meados do século XIV. Escrevendo no jornal L'Osservatore Romano, o jornal do Vaticano, o Dr. Frale disse que seu destino nesses anos

sempre intrigou os historiadores.

No entanto seu estudo sobre o julgamento dos Templários tinha trazido à luz um documento no qual Sabbatier Arnaut, um jovem francês que entrou no fim, em 1287, testemunhou que, como parte de sua iniciação, foi levado para "um lugar secreto ao qual só os
Irmãos do Templo tinham acesso ". Lá, ele foi mostrado "um longo pano de linho em que ficou impressionado a figura de um homem" e encarregou a venerar a imagem, beijando os pés três vezes.

Dr Frale disse que, entre outros crimes, como sodomia, os cavaleiros templários foram acusados de adorar ídolos, em "figura barbuda" um particular.
Na realidade, porém o objeto que tinham secretamente venerado era o Sudário.

Eles tinham resgatado-lo para garantir que não caiam nas mãos de grupos heréticos como os cátaros, que afirmou que Cristo não tinha um verdadeiro corpo humano, apenas a aparência de um homem, e que não podia ter morrido na cruz e foi ressuscitado. Ela disse que a descoberta vindicado uma teoria apresentada pela primeira vez o historiador britânico Ian Wilson em 1978.

Os Cavaleiros Templários foi fundada na época da Primeira Cruzada no século XI, para proteger os cristãos fazer a peregrinação a Jerusalém. A Ordem foi aprovada pelo Papa, mas quando caiu Acre em 1291 e os Cruzados perderam seu domínio sobre a Terra Santa o seu apoio desbotada, meio crescente inveja de sua fortuna em imóveis e bancos.

Os boatos sobre o fim da corrupção e arcano cerimônias secretas alegou que os novatos tiveram que negar Cristo por três vezes, cuspir sobre a faixa, atravessar nu e beijar seu superior nas nádegas, umbigo, e lábios e submeter à sodomia. Rei Filipe IV de França, que cobiçava a riqueza da ordem e lhe devia dinheiro, seus líderes presos e exercer pressão sobre o Papa Clemente V para dissolvê-la.

Vários cavaleiros, incluindo o Grão-Mestre, Jacques de Molay, foi queimado na fogueira. Lendas de rituais secretos dos Templários e tesouros perdidos há muito fascinado teóricos da conspiração, e figura em O Código Da Vinci, que repetiu a teoria de que os cavaleiros foram confiadas com o Santo Graal.

Em 2003 o Dr. Frale, especialista medieval do Vaticano, revelou o registro do julgamento dos Templários, também conhecido como o Pergaminho de Chinon, após perceber que havia sido erroneamente catalogado. O pergaminho revelou que o Papa Clemente V aceitou os Templários eram culpados de "pecados graves", tais como a corrupção ea imoralidade sexual, mas não de uma heresia.

Sua cerimônia de iniciação envolvidos cuspir na cruz, mas esta foi a cinta-los para ter de fazê-lo se fossem capturados por forças muçulmanas, Dr Frale disse. No ano passado, ela publicou pela primeira vez, a oração dos Templários compostas quando "presos injustamente", no qual eles recorreram à Virgem Maria para persuadir "nossos inimigos" a abandonar as calúnias e mentiras e voltar à verdade e à caridade.

testes de radiocarbono no Sudário de Turim, em 1988, indicou que era uma falsificação medieval. No entanto, este tinha sido desafiado pelo facto de a amostra datada foi tirada de uma área da mortalha emendada após um incêndio na Idade Média e não uma parte do tecido original.

Após o saque de Constantinopla, foi visto na próxima Lirey na França, em 1353, quando foi exibido numa igreja local por descendentes de Geoffroy de Charney, um cavaleiro templário queimado na fogueira de Jacques de Molay.
Ele foi transferido para várias cidades europeias, até que foi adquirida pela dinastia de Sabóia, em Turim, no século XVI. Veja Santo propriedade desde 1983, o Sudário foi exibido publicamente pela última vez em 2000, e é devido a ir em show de novo no próximo ano.

O Vaticano não tenha declarado se é genuíno ou uma falsificação, deixando aos crentes a decidir. O falecido Papa João Paulo II disse que era "um ícone do sofrimento do inocente em todas as épocas." A auto-proclamada herdeiros dos cavaleiros templários pediram ao Vaticano para "restaurar a reputação" da ordem desonrada e reconhecer que os activos no valor de cerca £ 80.000.000 foram confiscados.

A Associação da Ordem Soberana do Templo de Cristo, com sede em Espanha, disse que quando a ordem foi dissolvida pelo Papa Clemente V em 1307, mais de 9.000 propriedades, fazendas e empreendimentos comerciais pertencentes aos cavaleiros foram apreendidos pela Igreja. A filial britânica também afirmam descender dos Templários, com sede em Hertfordshire pediu uma desculpa para a perseguição papal da ordem.

Sofismas

“Sofismas são os falsos raciocínios que induzem ao erro e que são gerados pelo Ego nos 49 níveis do subconsciente.
O subconsciente é o sepulcro do passado sobre o qual arde a fátua chama do pensamento e onde são gerados os sofismas de distração que levam o animal intelectual à fascinação e por fim ao sonho da consciência.

Aquilo que está guardado no sepulcro é podridão e ossos de mortos. Porém, a louça sepulcral é muito bonita e sobre ela arde fatalmente a chama do intelecto.
Se quisermos dissolver o eu, teremos que destapar o sepulcro do subconsciente e exumar todos os ossos e a podridão do passado.
Muito bonito é o sepulcro por fora, porém por dentro é imundo e abominável. Precisamos nos tornar coveiros.

Insultar a outrem, ferí-lo em seus sentimentos, humilhá-lo, é coisa fácil quando se trata - dizem - de corrigí-lo para o seu próprio bem. Assim pensam os iracundos, aqueles que julgando não odiar, odeiam sem saber que odeiam.

Muitas são as pessoas que lutam na vida para serem ricas.
Trabalham, economizam e se esmeram em tudo, porém a mola secreta de todas as suas ações é a inveja secreta, que elas desconhecem, que não sai à superfície e que permanece escondida no sepulcro do subconsciente.
É difícil achar na vida alguém que não inveje a bonita casa, o flamejante automóvel, a inteligência do líder, o belo traje, a boa posição social, a grande fortuna, etc.
Quase sempre os melhores esforços dos cidadãos têm como mola secreta a inveja.

Muitas são as pessoas que gozam de um bom apetite e condenam a gula, porém comem sempre muito além do normal.
Muitas são as pessoas que vigiam exageradamente o cônjuge, porém condenam os ciúmes.

Muitos são os estudantes de certas escolas pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas que condenam as coisas deste mundo e não trabalham em nada porque tudo é vaidade, porém são tão zelosos de suas virtudes que jamais aceitam que alguém os qualifique de preguiçosos.

Muitos são os que odeiam a lisonja e o elogio, mas não vêem inconveniente algum em humilhar com sua modéstia o pobre poeta que lhes dedicou um verso com o único propósito de conseguir uma moeda para comprar um pão.

Muitos são os juízes que sabem cumprir com seu dever, mas também são muitos os juízes que com a virtude do dever têm assassinado os outros.
Foram numerosas as cabeças que caíram na guilhotina da revolução francesa.
Os verdugos cumprem sempre com seu dever. Já são milhões as vítimas inocentes dos verdugos e nenhum deles se sente culpado; todos cumprem com seu dever.
As prisões estão cheias de inocentes, mas os juízes não se sentem culpados porque estão cumprindo com seu dever.

O pai ou a mãe de família, cheio de ira, açoitam e batem com paus em seus pequenos filhos e não sentem remorsos porque - dizem - estão cumprindo com seu dever; aceitariam tudo menos que se os qualificassem de cruéis.

Só com a mente quieta e silenciosa, submergidos em profunda meditação, conseguiremos extrair do sepulcro do subconsciente toda a podridão secreta que carrega. Não é nada agradável ver a negra sepultura com todos seus ossos e podridão do passado.
Não digamos meu eu tem inveja, ódio, ira, ciúmes, luxúria, etc. Melhor é não nos dividirmos. Melhor é dizer; eu tenho inveja, ódio, ciúmes, ira, luxúria, etc.

Quando estudamos os livros sagrados da Índia, nos entusiasmamos pensando no Supremo Brahatman e na união do Atman com o Brahatman.
Porém, realmente, enquanto existir um eu psicológico com seus sofismas de distração, não conseguiremos a sorte de nos unirmos com o Espírito Universal da Vida.
Morto o eu, o Espírito Universal da Vida estará em nós como a chama na lâmpada.”

Como visto acima, os sofismas de distração são gerados pelos nossos defeitos psicológicos, pelo ego, com a finalidade de manter nossa consciência adormecida, e assim continuar vivo e forte, alimentando-se de nossos erros.
Realmente o ego sabe que quando uma pessoa começa a se autoconhecer, a tomar consciência de que é uma marionete na mão dos defeitos psicológicos, ele é ferido mortalmente, pois é o principio do fim de seu reinado.

Por isso você pode ter a mais absoluta certeza de que o ego fará todo o esforço possível para tentar iludir esta pessoa, usará tudo o que estiver a seu alcance para desviá-la do caminho do despertar da consciência e assim mantê-la fascinada e ocupada com as coisas passageiras da existência cotidiana.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Os adversários, mestres oportunos



Abraçando os ideais de enobrecimento, pensa-se que todas as criaturas estão vibrando no mesmo diapasão do progresso e que, em consequência, haverá uma natural adesão em torno dos objetivos relevantes que devem conduzir as vidas para os altiplanos da felicidade.

O ser humano é um conquistador insuperável, fadado às estrelas que lhe estão ao alcance, na medida em que se empenha por alcançá-las.

Desde a descoberta do fogo e do invento da roda, o seu mundo jamais foi o mesmo, alterando os seus padrões de comportamento e de convivência no rumo de melhores resultados.

Mediante o esforço e o raciocínio que se lhe foi desdobrando – a Divina Presença no cerne do ser! – levantou-se e começou a avançar na direção do Infinito, ora sob dores acerbas, noutros momentos em júbilos inexcedíveis, conquistando espaços e adquirindo conhecimentos.

Renascendo em contínuo processo de crescimento intelecto-moral, vem acumulando as experiências que se transformam em bênçãos que deve esparzir pelos caminhos percorridos, deixando pegadas apontando o porto de segurança que se encontra sempre à frente.

Quando atraído pela mensagem libertadora de Jesus, porém, modificam-se-lhe as paisagens interiores e alteram-se-lhe os interesses, ampliando-lhe as possibilidades de ser útil, conseguindo um significado especial para a existência.

Nada obstante, porque se movimenta num planeta igualmente de provas e de expiações, não se pode furtar à psicosfera que lhe é peculiar, nem às injunções que o caracterizam.

Compreensível, portanto, que nem todos aqueles que navegam na mesma barca da evolução estejam firmados em propósitos de edificação nobilitante, alguns ainda detendo-se em estágio inferior, assinalados pelo primarismo de que se fazem portadores.

Indiscutivelmente, o processo de transformação interior, no qual os instintos cedem lugar aos valores da razão e da consciência, é lento, ainda mais, tendo-se em vista que nem todos os viandantes da indumentária material iniciaram-se no empreendimento espiritual no mesmo instante.

Procedentes de especiais momentos da evolução, incontáveis, inevitavelmente, encontram-se em patamares diferentes, que explicam as diversas aspirações que os tipificam.

Felizes aqueles que já compreendem os impositivos da existência terrena, após vencerem os impulsos agressivos que lhes conferiam a sensação de dominadores do mundo e que o sentido exclusivo da vilegiatura carnal seria conquista dos prazeres e das sensações que mais os agradam.

Aqueles que são mais fisiológicos do que psicológicos, detêm-se nas faixas das paixões primevas e, mesmo quando a consciência se lhes desperta, prosseguem vivenciando um período de transição, que ainda lhes não permite uma visão perfeita da realidade. Embora ansiando por algo melhor, competem, quando deveriam cooperar, malsinam os companheiros, quando lhes cabia o dever de os auxiliar, porque a predominância do ego torna-os ambiciosos e prepotentes.

Não sabem servir com abnegação, sem servir-se, retirando os lucros do orgulho e da presunção, que lhes constituem a moeda retributiva. Podem mesmo desejar ser melhores, no entanto, os impulsos afligentes que resultam dos conflitos e dos complexos de inferioridade que os acompanham de existências pretéritas, transformam-nos em inimigos de todos aqueles que supõem lhes farão sombra...

São infelizes, disfarçados de joviais, humanitários e bondosos, na hipocrisia em que vivem, ocultando os sentimentos inferiores.

Desse modo, transformam-se em adversários perversos dos demais que não lhes compartem as ideias e que pensam pretenderem excluir.

*   *   *

Adversidade é lição para a vida e adversários são mestres que proporcionam o treinamento no bem., sem o concurso do aplauso ou da bajulação habituais, dificultando o trabalho honorável do servidor fiel.

Esses irmãos infelizes que se propõem envenenar-te os sentimentos com a sua pertinaz perseguição, merecem compaixão ao invés de reproche ou de animosidade.

Se é verdade que não lhes deves facultar um relacionamento pusilânime, não é justo devolveres os seus pensamentos enfermiços com outros do mesmo gênero.

Sofres, porque gostarias de servir sem a presença desse tipo de tribulação.

Choras, porque os teus são anseios de construção do amor em toda parte, e, no entanto, sentes o amargor da calúnia que te antecede os passos, da maledicência que te aturde quando lhes tomas conhecimento, ou da zombaria depois que vais adiante...

O melhor comportamento em tais circunstâncias é não valorizar o mal nem aquele que se te fez mau.

Concede-lhe o privilégio de ser como se encontra, mas impõe-te o dever de ser fiel ao compromisso com Jesus, que também experimentou iguais ofensas sem dar-lhes a menor importância.

Gastas tempo e preocupação mental com esses companheiros que te vigiam e acusam, que te acompanham com insistência e infernizam os momentos em que trabalhas e quando repousas.

Ficas indagando como conduzir-te, desde que, se silencias ao mal e ao descalabro que reinam, acusam-te de omisso, mas se levantas a voz e proclamas a verdade, taxam-te de intolerante e mendaz...

Desse modo, faze o que deves e comporta-te conforme estabelece o teu programa ante a consciência do dever.

Esses adversários dos teus objetivos não são apenas opositores teus, mas, sem dar-se conta, dAquele a quem procuras servir, que os entende e concede-lhes tempo para a reabilitação.

Aprende, portanto, com os inimigos, fraternidade legítima, compreensão gentil, exercitando sempre a compaixão.

Na aduana da caridade, a misericórdia e o amor dão-se as mãos, a fim de ensejarem à virtude máxima a ocasião de expressar-se.

Constituam-te estímulo o serviço desses mestres desconhecidos, apurando-te mais, qualificando-te melhor, a fim de produzires com segurança na seara da elevação espiritual da humanidade.

Ninguém atravessa o rio carnal sem experimentar a correnteza violenta sobre a qual navega o Espírito.

Todos os homens e mulheres afeiçoados ao bem pagaram o pesado tributo da diferença entre eles o os que os cercavam, a época em que viveram e naquela pela qual anelavam, e é graças a eles que percorres os atuais caminhos por onde segues em júbilo e dores, porém, fixado na meta que te fascina.

*   *   *

O mundo ainda não tem condições de compreender e aceitar o compromisso da iluminação íntima como primeiro passo para a marcha ascensional.

Por enquanto, somente aqueles que se fizeram fortes e decididos conseguem ultrapassar as barreiras das dificuldades, colocando marcos na senda escura, de maneira a facilitar a jornada espiritual dos que virão depois.

Todo desbravador carrega as marcas da sua audácia de aventureiro do progresso. Abrem picadas na densa mata, traçam roteiros nos mares bravios, alçam-se aos céus ampliando os espaços e caminham sobre acúleos, quebrando-os, assim preparando a senda para o porvir...

Exulta, portanto, por teres adversários, mestres desconhecidos, a seres adversário de quem quer que seja.



ESPIRITO SANTO, UNÇÃO E MAGNETISMO. SINONIMOS?

 





Isaías 61
“O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado”.


SUAS ORIGENS

Antes de dizer qualquer coisa sobre magnetismo precisamos, primeiro, esclarecer a respeito de qual "magnetismo" pretendemos falar, pois a palavra magnetismo tem sido usada, através dos tempos, com pelo menos dois significados bem diferentes. De um lado, temos o significado atribuído pela ciência oficial; do outro, o utilizado nos tratados espiritualistas.

A ciência usa o termo magnetismo para designar certos efeitos produzidos pelas cargas elétricas quando em movimento. A atração entre imã e ferro é um exemplo.
Os espiritualistas entendem magnetismo como o produto das exteriorizações da mente, muito embora também admitam a possibilidade de sua produção a partir de outras estruturas menos complexas. Neste último caso as emanações magnéticas seriam, em consequência, menos elaboradas.

Muito poucos cientistas, até hoje, se dispuseram a pesquisar seriamente o "magnetismo" dos espiritualistas. A razão talvez seja a dificuldade em detectá-lo, com segurança, através dos aparelhos de medida, ou, quem sabe, seja ainda o reflexo de posições sectárias adotadas em séculos anteriores.

Os espiritualistas, por seu turno, em geral, simplesmente acreditam. Neste caso, também incorrendo na falta de uma avaliação experimental tão desejável.
De tudo isso resulta não se ter, até o presente, qualquer prova concreta de que o "magnetismo" dos cientistas seja o mesmo "magnetismo" dos espiritualistas. Todas as evidências, contudo, nos levam a crer que os dois "magnetismos" têm muito em comum, mesmo que não sejam exatamente a mesma coisa.

No decorrer deste trabalho, salvo quando especificado em contrário, adotaremos sempre, para o termo, o sentido atribuído pelos espiritualistas.
O magnetismo, na realidade, não é um fato novo. Desde os tempos antigos é conhecido e largamente utilizado. As manipulações magnéticas, embora, muitas vezes, tenham recebido designações outras, são conhecidas desde as primeiras civilizações que habitaram o nosso planeta. Há referências seguras da sua utilização entre os povos antigos do Egito, da Caldéia, da Fenícia, da Pérsia, da índia e da civilização hebraica. Moisés utilizou fartamente o magnetismo durante a epopéia de libertação do povo judeu do cativeiro do Egito e sua condução à "Terra Prometida".

As curas realizadas por Jesus são exemplos sublimes de manipulações magnéticas providas por um Espírito Superior, e, certamente, todo aquele que se revestir de disciplina, perseverança e desejo firme de exercer a caridade também um dia será capaz de tais realizações.
A literatura hoje disponível sobre o magnetismo, em decorrência da diversidade de povos e épocas em que foi utilizado, é muito variada, apresentando grandes diferenças nos aspectos teóricos, na terminologia empregada e nas técnicas recomendadas. Neste estudo procuraremos, sempre que possível, utilizar a terminologia introduzida por Kardec e as recomendações encontradas nas obras mediúnicas.

VAN HELMONT, MESMER E BRAID

Embora já no século XV se falasse em "simpatia magnética", foi somente nos séculos seguintes, principalmente com Van Helmont e Mesmer, que se tomou mais generalizado o interesse a respeito do magnetismo. Van Helmont, no século XVII, foi quem primeiro utilizou a expressão "magnetismo animal", e Mesmer teve tão destacada influência sobre o magnetismo que muitas vezes se confundem os termos magnetismo e mesmerismo, embora, o mesmerismo seja na realidade o conjunto das idéias de Mesmer sobre o magnetismo e não o magnetismo propriamente dito.

Foi Mesmer que, em 1779, viria a propor a teoria do "fluido universal", mais tarde também adotada por Allan Kardec. Mesmer acreditava ser o fluido universal substância de "sutileza sem comparação que penetra todos os corpos". Acreditava, também, que todos os corpos possuíam propriedades idênticas às dos imãs e que as doenças eram provocadas por desequilíbrios na distribuição do magnetismo no organismo das pessoas.

Só no século XIX, através dos trabalhos do médico inglês James Braid, alguns aspectos do magnetismo animal, antes postulados por Van Helmont, passaram a ser aceitos pela ciência oficial. Braid propôs uma teoria explicando a fisiologia do chamado "sono nervoso", fenômeno que ele denominou hipnotismo. Assim apresentado, com roupagem e nomenclatura novas, este fenômeno aparentemente se desvinculava daquelas ocorrências conhecidas e negadas, pela ciência, durante tanto tempo.

A nova teoria e as novas designações, mesmo não se aplicando a todos os fenômenos, sem sombra de dúvida, contribuíram em muito para a aceitação, pela ciência, de alguns dos aspectos do magnetismo animal humano, muito embora, desde então, tenham se sucedido as mais variadas teorias tentando explicações mais convincentes para aquele conjunto de fatos observados.
O que se sabe ao certo é que um paciente pode ser levado, geralmente pela ação de um magnetizador, a um estado denominado transe hipnótico, no qual podem ocorrer fatos bastante singulares, sendo o mais comum deles a inibição de alguns de seus centros nervosos.
Através da hipnose pode também ser realizada a regressão de memória do paciente e, com isso, desencadeados mecanismos terapêuticos para superação de traumas e desequilíbrios de personalidade motivados por ocorrências do pretérito.

ALLAN KARDEC E ROUSTAING

Após escrever diversos livros sobre os mais variados temas, englobando desde a aritmética, a geometria, a gramática francesa, a química, a física, a astronomia e a fisiologia humana, Kardec viu-se atraído pelos fenômenos magnéticos que se apresentavam, com tanta insistência, na França do século XIX.

Em 1854, já com sólidos conhecimentos sobre o magnetismo, e motivado por relatos de magnetizadores contemporâneos seus, Kardec foi levado a observar e posteriormente a analisar o chamado "fenômeno das mesas girantes". Os primeiros resultados dos seus estudos vieram a público a 18 de abril de 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos", livro este que deu forma e fundamentação ao Espiritismo, conforme o compreendemos hoje.

A opinião de Kardec sobre o magnetismo é a de que, durante o processo de magnetização, ocorre liberação de fluidos emanados do magnetizador, os quais, conjugados ou não a fluidos oriundos de entidades espirituais que o assistam, vão agir sobre o paciente.

Vários outros estudiosos espíritas, do período da Codificação, fizeram referência aos fenômenos magnéticos, destacando-se dentre eles, J.-B. Roustaing4, que assegurava ser o magnetismo o "agente universal que tudo aciona". Roustaing assegurava ainda ser o magnetismo "um laço universal pelo qual Deus nos ligou a todos, como que para formarmos um único ser e para nos facilitar a ascensão ao seu seio, conjugando-nos as forças".

MAGNETISMO HOJE

A ciência oficial, nos dias de hoje, só reconhece o magnetismo nos seus aspectos ligados à eletricidade — eletromagnetismo — e naqueles referentes ao hipnotismo, muito embora ainda estabeleça sérias dúvidas quanto a possíveis conexões entre este último fenômeno e o magnetismo, preferindo, em geral, atribuir-lhe outras causas.

Sob a forma do passe, o magnetismo é, hoje, larga­mente utilizado, principalmente nas casas espíritas.
Na liturgia atual da Igreja Católica, o passe pode ser identificado na imposição de mãos dos padrinhos, em certos momentos das cerimônias de casamento e batismo. Vamos encontrá-lo, também, nos exorcismes e nas bênçãos de um modo geral.

Algumas Igrejas protestantes, como, por exemplo, a Batista Renovada, a Presbiteriana Renovada e a Assembléia de Deus, de certa forma, usam o passe por ocasião de batismos, casamentos, "curas" e "expulsão de demônios".

No interior, e entre as classes mais humildes das capitais do Nordeste, existem, ainda hoje, as chamadas "rezadeiras" ou "benzedeiras" que, utilizando um galhinho de mato verde, "rezam nas pessoas com olhado". O que ocorre realmente nessas ocasiões é a aplicação de um passe de dispersão dos fluidos negativos acumulados no paciente.

Os fluidos negativos se originariam, segundo acreditam algumas pessoas, no olhar de admiração, com sentimentos de inveja, dirigidos por alguém, daí decorrendo o nome olhado. Na realidade, sabemos, hoje, através do Espiritismo, que não são os olhos da pessoa que emitem emanações boas ou más e sim a sua mente. Os olhos são apenas um dos veículos utilizados pelo organismo para percepção do ambiente que nos cerca.

O MAGNETIZADOR ESPÍRITA

O recurso magnético, dentro de uma casa espírita, é largamente utilizado como mecanismo de auxílio dos mais importantes, podendo mesmo ser considerado recurso auxiliar indispensável nos tratamentos de distúrbios, tanto no plano físico quanto no plano espiritual.

E muito importante salientar que, embora todas as pessoas tenham capacidade de exteriorizações magnéticas, com possibilidades de prestar auxílio aos mais necessitados, essa capacidade pode, e deve, ser desenvolvida, principalmente, através do exercício regular, da retifícação do comportamento e da progressiva elevação moral.

Do magnetizador espírita exige-se, como indispensável, o desejo firme e sincero de ajudar, pois os resultados das ações magnéticas dependem, fundamentalmente da nossa vontade e da nossa fé. Naturalmente a vontade não é tudo, como perceberemos no correr das nossas experiên­cias, mas sem ela nada é possível fazer.

UM MODELO ELETROMAGNÉTICO PARA O PERISPÍRITO

É fato científico comprovado que cargas elétricas em movimento sempre produzem os chamados campos magnéticos. Considerando que movimentos de cargas elétricas — corrente elétrica'— podem ocorrerem minerais, vegetais e animais, além do próprio tecido do perispíriío, podemos referir-nos, conforme sua origem, a:

— Magnetismo mineral;

— Magnetismo vegetal;

— Magnetismo animal (aí incluído o humano); e

— Magnetismo espiritual.

E também fato científico comprovado que o magnetismo (campo magnético) provoca, por sua vez, ações magnéticas sobrecargas que se movimentem na região em que ele se verifica. De tudo que foi acima referido pode-se concluir que todos os seres e todas as coisas do nosso planeta acham-se, permanentemente, submetidas à ação magnética, ação esta que pode ser mais ou menos intensa.

De todos os campos magnéticos observados na natureza, os mais complexos e curiosos, embora de pouca intensidade, são exatamente aqueles gerados pelos nossos próprios organismos.

O nosso espírito de alguma forma exterioriza um padrão magnético característico que o envolve, de modo semelhante ao que se observa com um imã qualquer. A diferença é que, no caso do espírito, o padrão é extremamente mais complexo e varia bastante de Espírito a Espírito, em função, principalmente, do seu estágio evolutivo, podendo ainda sofrer modificações temporárias, embora que superficiais, por ação da sua própria mente.

Esse padrão magnético gerado pelo Espírito age sobre a matéria do ambiente em que se encontra, aglutinando-a, em torno de si, de modo semelhante ao que ocorre com limalhas de ferro em tomo de um ímã.

Como a frequência vibratória do padrão magnético do Espírito pode variar bastante de caso a caso, temos como consequência que os tipos de elementos sensíveis à ação desse padrão magnético também variam bastante, residindo aí a razão fundamental das diferenças constitutivas entre o corpo espiritual de um dado Espírito e o de outro. Em alguns, a matéria que os forma, pois é matéria realmente, é mais facilmente perceptível, enquanto que, em outros, geralmente mais evoluídos, ela é mais sutil. Uns apresentam-se, por exemplo, mais luminosos, enquanto outros só adquirem esta condição temporariamente e de forma imperfeita, e outros ainda em nenhum momento conseguem apresentar tal característica.

Essa estrutura magnética, "recheada" de elementos específicos de matéria, é que se denomina perispírito. O perispírito, embora extremamente plástico, é praticamente indestrutível. Quando nos depararmos com a informação de que, diante de certas circunstâncias, um Espírito pode vir a "trocar" seu envoltório espiritual, devere­mos entender que ele, apenas, substitui a matéria aglutinada pelo seu padrão magnético característico, mas nunca o próprio padrão magnético. Se ele fosse substituído, ou destruído, também o seriam todas as suas lembranças e demais registros que o caracterizam, isto é, seria aniquilada a própria identidade do Espírito, pois se encontra no seu perispírito o registro de todas as ocorrências em que participou durante toda a sua existência, justamente aquilo que o individualiza.

Os campos magnéticos que formam o nosso perispírito interagem com aqueles gerados nos níveis superiores do nosso cérebro, de modo que informações são trocadas entre eles nos dois sentidos. O cérebro envia ao Espírito, via perispírito, mensagens que dão conta das percepções colhidas do próprio organismo e do meio ambiente em que o corpo se encontra. O Espírito, por sua vez, envia ao cérebro comandos a serem executados pelo organismo.

Os nossos pensamentos nada mais são que "moldes magnéticos" relativamente voláteis, que se originam no nosso espírito e que, agindo sobre o envoltório fluídico que nos envolve, ali plasmam as "formas-pensamento" que continuamente exteriorizamos. Este mecanismo é em tudo semelhante ao da aglutinação de matéria para composição do nosso perispírito, conforme referido anteriormente. Há, contudo, uma diferença fundamental, pois, enquanto o perispírito tem uma estrutura estável, estas formas--pensamento, ao contrário, modificam-se progressivamente, a partir do momento em que são criadas, pela ação dos campos magnéticos do ambiente.

Estas modificações são de tal ordem que as levam, após algum tempo, invariavelmente, a uma desagregação completa. Desagregação semelhante não acontece com o perispírito, em razão da presença do Espírito, que está, permanentemente, a exteriorizar o "molde magnético" que o constitui.

Mais adiante, voltaremos ainda a falar sobre formas--pensamento.
No nosso dia-a-dia todos nós exercemos, em maior ou menor grau, uma interação magnética contínua com o meio e com os indivíduos com quem nos relacionamos. Essas interações podem trazer resultados benéficos ou prejudiciais, a depender da faixa vibratória relativa de cada um.

Fora do campo puramente físico, todas as ações, quer sejam exercidas por um Espírito encarnado ou por um desencarnado, são sempre ações magnéticas recíprocas, isto desde um simples pensamento até fenômenos mais complexos como uma materialização ou, mesmo, uma intervenção para alteração da aparência de um Espírito qualquer.




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SEJA FELIZ


 
Eis uma ordem preciosa: seja feliz! Quantas vezes dizemos isso uns aos outros, desejando, intensamente, que se torne realidade?

Em verdade, cada um de nós deveria ter como meta, em sua vida, ser feliz.

Quase sempre, criamos infelicidade para nós mesmos, através de nossas atitudes.

E, no entanto, nunca se falou tanto, como na atualidade, em ser feliz, em conquistar valores positivos. Parece ser a tônica do momento.

Parece que as pessoas estão descobrindo o propósito da Divindade para conosco.

O mundo não é um local onde nascemos para sofrer, embora o sofrimento possa fazer parte de nossas vidas.

Não é um local onde viemos somente para nos esfalfarmos em conquistas materiais, mesmo que necessitemos trabalhar para nos sustentarmos, para adquirirmos certo conforto.

O importante é se ter a certeza que podemos melhorar muito nossa qualidade de vida, se desejarmos.

Vejamos algumas dicas.

Não se preocupe, em demasia. Quem se estressa o tempo todo, pode desencadear problemas cardíacos. E não consegue ver o lado bom das coisas.

Concentre-se e termine. Isto é, faça uma coisa de cada vez. Termine uma tarefa e depois passe para a seguinte.

Não queira fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

O Mestre de Nazaré, há mais de dois milênios, prescreveu que a cada dia bastam as suas próprias preocupações.

Mande a raiva embora. Ela faz as artérias se contraírem, a taxa de batimentos cardíacos disparar e deixa o sangue mais grosso e fácil de coagular.

Quando tiver que enfrentar alguma situação exasperante, conte até dez. Isso faz o cérebro passar da emoção para o pensamento racional.

Respire fundo. Pense e não reaja.

A Sabedoria Nazarena prescrevia que perdoássemos aos nossos inimigos.

Cuide do lado espiritual. Você pode participar de determinada religião, exercitar a sua fé.

Ou pode meditar, passar algum tempo sozinho, prestar serviços a uma boa causa.

Lecionava Jesus: Amai o vosso próximo como a vós mesmos.

Controle as imagens do cérebro. Não exagere nas observações e não alimente ideias negativas.

Não alimente a sua carga emocional com pensamentos como: Esse emprego vai me matar.

Sorria. Ria. Ouça música alegre. Isso relaxa os vasos sanguíneos e aumenta o fluxo do sangue. Seu corpo se sentirá melhor.

Recomendava o Nazareno: Alegrai-vos. ..

Alimente a sua mente com coisas positivas. Escolha leituras que lhe façam bem, que o motivem à serenidade, a reflexões altruístas.

Sábio foi o Mestre Jesus nos conclamando a que tivéssemos vida e vida em abundância. Isto quer dizer, qualidade de vida, que contempla o espiritual, o emocional, o físico.

Pensemos nisso e alteremos nossa forma de nos conduzir nesta Terra. Em pouco tempo, sentir-nos-emos mais leves, felizes, tudo olhando com as lentes positivas de quem está disposto a contribuir para a paz do mundo que, sempre, começa na nossa própria intimidade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

OS CÁTAROS

Quem eram?
Como viviam?
Por que tão pouca coisas deles nos restaram?

Castelo de Foix
O único testemunho concreto de sua existência, além dos documentos
eclesiáticos, são os castelos em que habitavam.

É comum suceder com freqüência que todas as culturas que mais nos atraem são
aquelas das quais não há ficado quase nenhum rastro e das quais não dispomos
de demasiadas referências para conhece-las, como é o caso dos cátaros, de
onde quase que o único testemunho de sua existência advém dos castelos onde
habitavam. É por isso que todas estas culturas e religiões despertam grande
curiosidade e interesse, e as envolvem um alento de mistério.
O chamado "Pays Cathare" (País Cátaro) se extendia pela zona chamada
Occitania , atual Languedoc, em uma extensão fronteiriça com Toulouse até o
oeste, nos Pirineus até o sul, e no Mediterráneo até o leste. Em definitivo,
uma área política que, durante o século XIII e em plena época medieval,
limitava-se com a Coroa de Aragão, França e condados independentes como o de
Foix e Toulouse.

A IDADE MÉDIA, UMA ETAPA MARCADA PELA VIOLÊNCIA RELIGIOSA, COORDENADA PELA
SEDE DE PODER DA IGREJA CATÓLICA ROMANA A Idade Média é uma etapa da
história muito marcada pela pressão religiosa, imposta desde Roma e
materializada através da tão temida Inquisição e nas Cruzadas, tanto na
Tierra Santa como pela Reconquista da Península Ibérica dos mouros.

O CATARISMO CHOCOU-SE FRONTALMENTE COM O DOGMATISMO DA IGREJA DE ROMA A
religião cátara propunha, como aspectos básicos, a reencarnação do espírito,
a concepção da terra como materialização do Mal, por encher a alma de
desejos e prende-la às coisas efêmeras do mundo, e do céu como a do Bem,
numa concepção dualista do mundo. Mas o principal ponto dediscordância, e
talvez o mais original, tenha sido a de que os cátaros não admitiam qualquer
tipo de intemediação entre o homem e Deus. Eles insistiam em que todos
podiam e tinham o direito de vivenciarem diretamente a dimensão do
transcendente, através de estados alterados de consciência. Esta crença
chocou-se frontalmente com a religião romana, hegemônica em toda Europa, e
base da estrutura social, cultural econômica e religiosa do Feudalismo.
Durante muito tempo os cátaros foram tolerantes e eram relativamente poucos.
Sem embargo o catarismo, com o tempo, se foi fazendo forte e començou a
extender-se pela Occitania, até chegar a um ponto em que resultava demasiado
incômodo tanto para Roma como para a França.

UMA ONDA HEREGE NA EUROPA FOI O DETONANTE DAS CRUZADAS
Puilarens um bastião religioso no centro da Europa não fazia mais que
estorvar a cristalização do cristianismo de Roma no continente, e um
território não católico era um pretexto ideal da Coroa da França para anexar
as terras do Languedoc e expandir-se. Por esta razão, e também pela força
que assumiu o catarismo em 1209, o infalível Papa Inocêncio II estimulou os
fiéis a ir para as cruzadas contra os que, hoje, conhecemos como hereges,
sendo esta a primeira cruzada feita contra cristãos e em território franco.
O presente que o santo Papa prometeu em compensação para aqueles que
participaram da campanha era a partilha e doação das terras aos barões que
as conquistassem, ou seja, converter-se-iam em senhores feudais.

O mais curioso nesta cultura é a cautela por construir seus castelos e
abadias em cima de precipícios e inacessiveis colinas, as mais elevadas
possíveis, razão pela qual, na atualidade, os fazem muito atrativos por suas
inabarcaveis vistas sobre o horizonte e pela observação de paisagens
impresionantes.

A CRUZADA ALBIGESA Nesta cruzada, que teve lugar sob o nome de Albigense
devido à cidade de Albi, se recorreu a Simon de Montfort (1209 - 1224) e ao
Rei Luis VIII (1226-1229), mas eles não conseguiram erradicar o catarismo de
forma definitiva. Foi a Inquisição (1233 -1321), a instituição que realmente
o conseguio. Não obstante foram os barões provenientes da coroa de França os
que fundamentalmente fizeram a expansão dos francos até os Pirineus e
amenizaram a retaguarda da Coroa de Aragão, mais preocupada com a
Reconquista contra os árabes das terras do sul, com a expansão marinha até
as ilhas Baleares, Córcega e Nápoles.

POLÍTICA E RELIGIÃO, DUAS CLARAS DESVANTAGENS A resistência cátara teve que
enfrentar-se com duas desventagens muito importantes: o poder militar do Rei
de França e o poder espiritual da Igreja Católica. Militarmente, a pesar de
terem o apóio de pequenos condados, como o de Foix, e o da Coroa de Aragão
contra a da França, não se ienvolveram de forma aberta ja que haveria
significado o enfrentamento entre Roma e França. Se isto era assim, como se
explica então o apóio que davam aos cátaros? Está claro que a anexão das
terras cátaras à Coroa Francesa havia dado unm poder enorme, respeito de
outros condados, a aquele que as possuiram. Estes feitos nos fazem expor
algumas perguntas dignas de história de ficcão:

A não ser pelas barreiras naturais dos Pirineus, a expansão francesa haveria
continuado até o sul?

Se os cátaros não haviam apresentado uma resistência tão forte, como o
catarismo se tinha extendido até à Coroa de Aragão e outras partes da
Europa?

COMO MELHORAR A SUA AUTO-ESTIMA.


1. Transforme os lamentos em decisões. Deixe a atitude passiva de lado e assuma para si a responsabilidade de promover mudanças.

2. Escolha objetivos possíveis, mesmo que você tenha que conquistá-los pouco a pouco. Metas inatingíveis são o caminho mais fácil para a frustração e uma nova recaída na auto-estima.

3. Trabalhe seu auto-conhecimento questionando sobre seus valores e analisando o que é realmente importante para você. Isto vai ajudá-lo a tomar decisões e mudar atitudes.

4. Assuma seus defeitos e se aceite do jeito que você é. Não se trata de ser acomodado, pelo contrário. Tente melhorar o que for possível, mas não exagere buscando perfeição em tudo. Essa busca é infinita, e você pode estar desperdiçando tempo e esforços que poderiam ser dedicados a outras atividades mais produtivas e prazeirosas.

5. Encare o fracasso como algo normal. Aproveite-o como uma lição valiosa para encarar os novos desafios, e não como prova de incapacidade.

6. Expresse suas opiniões, desejos. Por outro lado, respeite as opiniões de outras pessoas. Respeitar não significa que você deva concordar necessariamente com elas.

7. Diversifique e amplie suas relações.

8. Pequenas atitudes podem significar muito: um telefonema, uma festa com os amigos, arrumação do quarto, etc.

Atenção:

1. Dê um passo de cada vez. Querer resolver tudo de uma vez na maioria das vezes não é uma atitude realista.

2. Não caia na tentação do álcool para esquecer os problemas e obstáculos. O melhor é enfrentá-los de forma otimista, sem subestimá-los ou, ao contrário, achar que são intransponíveis.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ADULTÉRIO “ CHORO E RANGER DE DENTES”



A jovem inconseqüente apaixona-se perdidamente pelo rapaz e percebe que é correspondida. No entanto, ele é casado e, até conhecê-la, sempre vivera relativamente bem com a esposa e três filhos. Cedendo à mútua atração, estabelecem uma ligação extraconjugal. Mas, embora empolgados pelo domínio das sensações, não são felizes. Uma sombra de permanente intranqüilidade, misto de consciência torturada, temores e incertezas os perturba. Quanto à esposa traída, embora desconheça a situação, percebe que o marido se distancia da comunhão afetiva. Suas perplexidades, somadas ao comportamento indisciplinado do chefe da casa, afetam o ambiente do lar, com larga soma de prejuízos para os filhos.

Temos aqui o chamado triângulo amoroso, tantas vezes repetido na Terra, fruto exclusivo das tendências à poligamia que ainda caracterizam o comportamento humano.

Situadas muito mais próximo ela animalidade do que da angelitude; motivadas muito mais pela satisfação do próprio ego que por impulsos de afetividade, as criaturas humanas tendem a ver em representantes do sexo oposto uma oportunidade sempre renovada de auto-afirmação, seja na troca de olhar, o flerte, seja na conversa fortuita, cultuadas as emoções da conquista, seja nas experiências do sexo. Somente uma minoria de Espíritos mais amadurecidos consegue superar o instinto, centralizando-se num relacionamento duradouro, autêntico e sem desvios.
Dizem os psicólogos que há uma espécie de atração química que se pode estabelecer ao primeiro contato entre um homem e uma mulher, independente de estarem ou não vinculados a outro compromisso afetivo. É o que chamam o "toque do sino", o despertar da atração por alguém.
Sob o ponto de vista espírita, diríamos que, ao reencarnarmos, não voltamos a Terra assim como quem deixa a família e parte para experiências em região distante. Normalmente, familiares, amigos e até inimigos nos acompanham, de vez que compomos grupos que caminham juntos na estrada do aprimoramento espiritual. São personagens de um mesmo drama - a Evolução - que trocam de vestes para novos papéis no cenário terrestre.
Velhos parceiros de experiências afetivas, inspiradas nos desvios do sexo, reencontram-se ligados pelos laços da consangüinidade: pai e filho, irmão e irmã, mãe e filho ... A própria natureza do novo relacionamento impõe sublimação, e a paixão, o desejo de posse, são trabalhados no cadinho purificador do lar, para que surja o amor legítimo e puro.
Poderá ocorrer, também, que o reencontro se dê fora do lar, como o de estranhos que se vissem pela primeira vez e instintivamente sentissem mútua atração.
Muitos acabam traindo compromissos matrimoniais e partem para perigosas aventuras. Conhecemos companheiros espíritas que justificam semelhante comportamento, proclamando: "Tenho grande apreço pela esposa e amo profundamente os filhos, mas a outra é minha "alma gêmea". Reencontrei-a e não posso viver sem ela."
Além de desertores, cometem a desfaçatez de distorcerem princípios espíritas para justificarem os seus desatinos.
O Espiritismo é bastante claro ao demonstrar que o reencontro de afeiçoados e desafetos do passado, no lar ou fora dele, não se apresenta jamais como apelo irresistível à inconseqüência e, sim, como oportunidade renovada de buscarmos nossa edificação espiritual, seja perdoando ao inimigo de ontem, seja enxergando um irmão ou uma irmã em representante do sexo oposto por quem sintamos atração, sempre que a vida nos houver situado em outro compromisso afetivo.
Nesta circunstància, impõe-se com veemência a necessidade daquele "orai e vigiai" recomendado por Jesus. Sempre que o homem ou a mulher não resistem ao apelo do passado e partem para ligações extraconjugais, fugindo do dever, forma-se um clima de perturbação que gera sofrimento e desequilíbrio para todas as pessoas envolvidas. Lembrando ainda Jesus, dessa situação os responsáveis não sairão sem "choro e ranger de dentes". Hoje, tecem teias ele sedução e prazer em que se deleitam. Amanhã, entretanto, reconhecerão desolados que apenas embaraçaram o fio do Destino.
LEMBRETE: "Ouviste o que foi dito aos antigos: não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher cobiçando-a, já no seu coração cometeu adultério com ela". - (Mateus 5:27-28)
Esta passagem evangélica lembra o drama de uma mulher adúltera, que foi salva por Jesus de um iminente apedrejamento. Ela corria descontrolada pelas ruas de Jerusalém, perseguida por homens fanáticos que desejavam cumprir uma prescrição da lei de Moisés. Ela havia sido apanhada em flagrante adultério, e a lei era sumamnte severa na punição de atos dessa natureza. A lei mosaica prescrevia punião rigorosa para a mulher e o homem adúlteros, muito embora, na grande maioria dos casos, somente a mulher fosse penalizada. Os escribas e fariseus a trouxeram à presença de Jesus e disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adúlterio. Moisés ordenou que pecados desse gênero sejam punidos com o apedrejamento. Que dizeis vós? (João 8:3-11).
Era uma situação verdadeiramente embaraçosa, pois, se Jesus dissesse: "Podem lapidá-la, estaria negando toda a finalidade de seu advento entre os homens. Por outro lado, se dissesse que ela não deveria ser apedrejada, seria acusado perante as autoridades religiosas de estar contrariando a lei mosaica, o que constituia uma grave heresia.
Em face da indagação por parte dos acusadores, Jesus respondeu: "Aquele que se julgar sem pecados, atire a primeira pedra." Esta sentença esfriou o ânimo dos acusadores, que abandonaram o local, e a decisão final do Mestre foi uma recomendação à mulher: "Nem eu te acuso, vai e não peques mais" (ESE, cap. X, ítens 12 e 13). Jesus despediu a mulher sem condená-la, embora soubesse das imperfeições que dominavam os corações daqueles homens; prova disso está na atitude por eles demonstrada, quando o Mestre deu a sua resposta; sentindo seus corações cheios de sentimentos negativos, jogaram fora as pedras que estavam em suas mãos e se retiraram.
Eles eram adúlteros porque alimentavam o ódio, o rancor, a vingança e o falso zelo religioso; preocupavam-se muito em cumprir uma lei de caráter transitório, implantada por Moisés, mas deixavam de lado a prática das leis eternas e imutáveis, contidas no Decálogo. Deste modo, o adúlterio, nos moldes como foi exposto por Jesus Cristo, não deve ser compreendido apenas no sentido restrito da palavra ou da forma como é entendida pelos homens. Deve ser encarado com um sentido mais amplo, pois a verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração livre de sentimentos escusos, nem sequer pensa no mal.
ADÚLTEROS, portanto, são todos aqueles que se entregam aos maus pensamentos em relação ao seu semelhante, não importando se conseguiram ou não realizá-los. O homem evangelizado, que jamais concebe maus pensamentos em seu íntimo, já conquistou uma posição moral mais elevada; aquele que ainda não consegue libertar-se de tais pensamentos, mas consegue repelí-los, está a caminho de alcançar uma elevação espiritual. Mas, todo aquele que se compraz em pensamentos inferiores, alimentando-os em seu coração, ainda está sob jugo de influências negativas, e são adúlteros na também acepção da palavra.
Quando Jesus asseverou que quem olhar para uma mulher, alimentando um mau pensamento em relação a ela, já cometeu adultério (ESE, cap. VIII, ítem 5), referia-se naturalmente, àqueles que se enquadram na última categoria: são todos aqueles que se comprazem com os pensamentos inferiores que aninharam em seus corações; e se não chegaram a concretizar seus propósitos, é porque certamente ainda não se lhes deparou a oportunidade desejada.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Druidas e sua Doutrina da Imortalidade da Alma



Os Druidas e sua Doutrina da Imortalidade da Alma
Os Druidas eram sacerdotes e sarcedotisas dedicados ao aspecto feminino da
divindade: a Deusa. Mas eles sabiam que todas as nossas idéias a respeito da
divindade eram apenas parciais e imperfeitas percepções do divino. Assim,
todos os deuses e deusas do mundo nada mais seriam que aspectos de um só Ser
supremo - qualquer que fosse a sua denominação - vistos sob a ótica humana.
Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos
construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais
suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas
cerimônias. Os druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se
espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental,
incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do
extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem
todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham
notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e
astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao
dos neoplatônicos. A mulher tinha um papel preponderante na cultura
druídica, pois era vista como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir
o céu (o Deus, o eterno aspecto masculino) à terra (a Deusa, o eterno
aspecto feminino). Assim, o mais alto posto na hierarquia sacerdotal
druídica era exclusividade das mulheres. O mais alto posto masculino seria o
de conselheiro e "mensageiro" dos deuses, e, entre outras denominações,
recebiam o nome de Merlin.
Desde a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão,
por isso hoje sabemos muito pouco sobre deles, apesar de o próprio Júlio
César reconhecer a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em
defesa de sua cultura. Sabemos que eles possuíam suficiente sabedoria para
marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de
mistério e misticismo (e eles, de fato, eram místicos), sendo reverenciados
e respeitados como legítimos representantes dos deuses.
O Povo Celta, como um todo, construira-se dentro de uma tradição
eminentemente oral, ou seja, não usavam a escrita para transferir seus
conhecimentos fundamentais – embora conhecessem uma forma de escrita chamada
rúnica. Por isso após o domínio do cristianismo - que no início foi bem
recebida pelos próprios druidas, quando o poder da Igreja de Roma ainda não
era suficientemente forte e corrompido ao ponto de distorcer a mensagem
básica de Jesus de tolerância e amor – perdemos muito desta maravilhosa
civilização, e, juntamente, perdemos muito da história dos Druidas, e até
hoje muita coisa permanece envolta em mistério: sabemos que realmente eles
existiram entre o povo Celta, porém eles não eram propriamente originários
desta civilização, então de onde vieram os Druidas? Seriam eles os tão
terríveis Bruxos avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da
Igreja Católica Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos
saxões? Teria realmente José de Arimatéia (discípulo de Jesus) encontrado
abrigo entre eles? A história dos Druidas se esconde freqüentemente entre
diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur,
Morgana, eram Druidas.
Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas
fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo
ódio aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que
seus textos nos sejam uma fonte confiável de informação. A sensação que
temos é a de embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico,
como se tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sagrada de Avalon,
cercada de brumas, onde vive um povo incrível e misterioso.
Das poucas coisas que sabemos sobre eles, temos a certeza de que os Druidas
acreditavam na Imortalidade da Alma, que buscaria seu aperfeiçoamento
através das vidas sucessivas (reencarnação). Eles acreditavam que o homem
era o responsável pelo seu destino de acordo com os atos que livremente
praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa
ou má, segundo as obras praticadas. Quanto mais cedo o homem despertasse
para a responsabilidade que tinha nas mãos por seu próprio destino, melhor.
Ele teria ainda a ajuda dos espíritos protetores e sua liberação dos ciclos
reencarnatórios seria mais rápida. Ele também teria a magna responsabilidade
de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem
igualmente aptas a entender essa lei, conhecida hoje por lei do carma (que é
uma denominação hindu, não druídica).
Os Druidas desapareceram paulatinamente da história à medida que crescia o
domínio da Igreja de Roma. Os grandes sacerdotes druidas eram conhecidos
como as serpentes da sabedoria, e, numa paródia sem graça, São Patrício
ficou conhecido por ter expulso "as serpentes da Bretanha". Mas o fascínio
destas pessoas não poderia desaparecer de repente. Eles se perpetuaram nos
romances dos menestréis e trovadores medievais, e sua influência se fez
sentir nos vários movimentos místicos e contestatórios da Idade Média,
especialmente entre os Cátaros e na Ordem dos Templários.

Léon Denis




Léon Denis (lê-se: dení) nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de Tours, na França, em 1o. de janeiro, de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da família. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que os amigos invisíveis o auxiliavam. No lugar de participar em brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais possível. Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio, desenvolver sua inteligência. Tomou-se um autodidata sério e competente.
Aos 18 anos, tomou-se representante comercial da empresa onde trabalhava, fato que o obrigava a viagens constantes, situação que se manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo. Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto. Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para seu próprio devaneio. Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.
Era seu hábito olhar, com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com 18 anos, o chamado acaso fez com que a sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro era O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis disse:
Nele encontrei a solução clara, completa e lógica, acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas.
O ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos ateus, para o ridicularizar e enfraquecer. Léon Denis, porém, como bom paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta. Coragem, amigo − diz-lhe o Espírito de Jeanne − estaremos sempre contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra.
A 2 de novembro, de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez, daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o seu melhor amigo, o seu pai espiritual − Jerônimo de Praga −, que lhe disse: Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei atrás de ti para te sustentar.
A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia após dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram queixar-se. Todavia, é possível supor quão grande devia ser o seu sofrimento. Apesar disso, mantinha volumosa correspondência. Jamais se aborrecia; amava a juventude e possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos.
Após a I Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao Espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Neste mesmo mês, a Revue Spirite publicava o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de março, de 1927, pelas 13 horas, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: É preciso terminar, resumir e... concluir. Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às 21h o seu Espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Dentre os grandes apóstolos do Espiritismo, a figura exponencial de Léon Denis merece referência toda especial, principalmente em vista de ter sido o continuador lógico da obra de Allan Kardec. É possível afiançar mesmo que constitui tarefa sumamente difícil tentar biografar essa grande vida, dada a magnitude de sua missão terrena, na qual muito há para salientar: a sua personalidade contagiante, o bom senso de que era dotado, a operosidade no trabalho, a dedicação ímpar aos seus semelhantes e o depurado amor que devotava aos ideais que esposava.
Léon Denis foi o consolidador do Espiritismo. Não foi apenas o substituto e continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Denis tinha uma missão quase tão grandiosa quanto à do Codificador. Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, dar continuidade às pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no Mundo, aprofundar o aspecto moral da Doutrina e, sobretudo, consolidá-la nas primeiras décadas do século. Nessa nova Bíblia ( o Espiritismo), o papel de Kardec é o sábio e o papel de Denis é o de filósofo. Léon Denis foi cognominado o Apóstolo do Espiritismo pela magnífica atuação desenvolvida, pela palavra escrita e falada, em favor da nova Doutrina. Ainda, foi o seu consolidador e, por isso, conhecido como o filósofo do Espiritismo. De acentuadas qualidades morais, dedicou toda uma longa vida à defesa dos postulados que Kardec transmitira nos livros do pentateuco espírita. O aspecto moral (religioso) da Doutrina, os princípios superiores da Vida, a instrução, a família, mereceram dele cuidados extremos e, por isso mesmo, sua vida de provações. Seu exemplo de trabalho, perseverança e fé, é um roteiro de luz para os espíritas, e mais, para os homens de bem de todos os tempos. Em palavras de confiança e fé, ele mesmo resumiu assim a missão que viera desempenharem favor de uma nobre causa: Consagrei esta existência ao serviço de uma grande causa, o Espiritismo ou Espiritualismo moderno, que será certamente a crença universal, a religião do futuro.
A sua bibliografia é bastante vasta e composta de obras monumentais que enriquecem as bibliotecas espíritas. Deve-se a ele a oportunidade ímpar que os espíritas tiveram de ver ampliados novos ângulos do aspecto filosófico da Doutrina Espírita, pois, as suas obras de um modo geral focalizam numerosos problemas que assolam os homens e também a sempre momentosa questão da sobrevivência da alma humana em seu laborioso processo evolutivo. Léon Denis imortalizou-se na gigantesca tarefa de dissecar problemas atinentes às aflições que acometem os seres encarnados, fornecendo valiosos subsídios no sentido de lançar novas luzes sobre a problemática das tribulações terrenas, deixou de lado os conceitos até então prevalecentes para apresentá-la aureolada de ensinamentos altamente consoladores, hauridos nas fontes inesgotáveis da Doutrina dos Espíritos.
Dedicando-se ao estudo aprofundado do Espiritismo, em seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e religião, demorou-se com maior persistência na abordagem do seu aspecto filosófico. Concomitantemente com os seus profundos estudos nesse campo, também deu a sua contribuição, valiosa na abordagem e no estudo de assuntos históricos, fornecendo importantes subsídios no sentido de esclarecer as origens celtas da França e no tocante ao dramático episódio do martírio de Joana D'Arc, a grande médium francesa. Seus estudos não pararam aí; ele preocupou-se sobremaneira com as origens do Cristianismo e o seu processo evolutivo através dos tempos.
Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, no ano de 1925. Teve também a oportunidade de dirigir, durante longos anos, um grupo experimental de Espiritismo, na cidade francesa de Tours.
A sua atuação no seio do Espiritismo foi bastante diversa daquela desenvolvida por Allan Kardec. Enquanto o Codificador exerceu suas nobilitantes atividades na própria capital francesa, Léon Denis desempenhou a sua dignificante tarefa na província. A sua inusitada capacidade intelectual e o descortino que tinha das coisas transcendentais, fizeram com que o movimento espírita francês, e mesmo mundial, gravitasse em torno da cidade de Tours. Após a desencarnação de Allan Kardec, essa cidade tornou-se o ponto de convergência de todos os que desejavam tomar contato com o Espiritismo, recebendo as luzes do conhecimento, pois, inegavelmente, a plêiade de Espíritos que tinha por incumbência o êxito de processo de revelação do Espiritismo, levou ao grande apóstolo toda a sustentação necessária a fim de que a nova doutrina se firmasse de forma ampla e irrestrita.
Enquanto Kardec se destacou como uma personalidade de formação universitária, que firmou seu nome nas letras e nas ciências, antes de se dedicar às pesquisas espíritas e codificar o Espiritismo, Léon Denis foi um autodidata que se preparou em silêncio, na obscuridade e na pobreza material, para surgir subitamente no cenário intelectual e impor-se com conferencista o escritor de renome, tornando-se figura exponencial no campo da divulgação doutrinária do Espiritismo. Denis possuía uma inteligência robusta, era um Espírito ilustre, grande orador e escritor, desfrutando de apreciável grau de intuição. Referindo-se a ele, escreveu o seu contemporâneo Gabriel Gobron: Ele conheceu verdadeiros triunfos e aqueles que tiveram a rara felicidade de ouvi-lo falar a uma assistência de duas ou três mil pessoas, sabem perfeitamente quão encantadora e convincente era a sua oratória.
Denis jamais cursou uma academia oficial, entretanto, formou-se na escola prática da vida, na qual a dor própria e alheia, o trabalho mal retribuído, as privações heróicas ensinam a verdadeira sabedoria, por isso dizia sempre: Os que não conhecem dessas lições, ignoram sempre um dos mais comovedores lados da vida. Com o concurso de sua inteligência invulgar furtar-se-ia à pobreza, mas ele preferiu viver nela, pois em sua opinião era difícil acumular egoisticamente para si, aquilo que ele recebia para repartir com os seus semelhantes.
Com idade bastante avançada, cego e com uma constituição física relativamente fraca, vivia ainda cheio de tribulações. Nada disso, entretanto, mudava o seu modo de proceder. Apesar de todas essas condições adversas, a todos ele recebia obsequioso. Desde as primeiras horas da manhã ditava volumosa correspondência, respondendo aos apelos das inúmeras sociedades que fundara ou de que era presidente honorário. Onde quer que comparecesse, ali davam-lhe sempre o lugar de maior destaque, lugar conquistado ao preço de profunda dedicação, perseverança e incansável operosidade no bem.