Krak dos Cavaleiros

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Conto - Nobre templário

Ele traçou aos quatro cantos do mundo seu respeito às quatro letras do nome sagrado, circundou-se com sua espada e o risco de fogo penetrou a escuridão astral e projetou-se ao seu redor, envolvendo-o num escudo mágico contra todos os demônios. Depois fumegou com incenso de Cristo e pôs no meio da estrela riscada no chão o símbolo maximo de toda potencia cósmica. Orou fervorosamente, e brotou estranhamente de seu peito uma luz incessante que pairou sobre toda vizinhança. As casas e os seus habitantes dormiam silenciosos e os demônios rondavam as suas portas quando viram nascer na noite estranho brilho comparado ao Sol. Amontoaram-se no centro da vila, e fugiam diante do brilho mágico que desconheciam a origem. Urravam feitos loucos, gemiam, alguns arrastavam almas para o abismo outros pulavam no poço puxando prostitutas pelo seu cabelo, algumas harpias voavam trazendo em suas garras pedaços etéreos de corpos amaldiçoados. Daquela limpeza astral que se formou na região, estrelas desciam do céu como bolas de fogo e pousavam sobre a superfície do lugar, guerreiros ornados de gloria, beleza inigualável, simples homens sem muita ostentação se não o próprio brilho corpóreo. O homem no seu pequeno quarto pôs-se a meditar e desprendendo-se dali uniu-se aqueles homens, estavam la o que chamavam de “cavaleiros do templo”. Marchavam unidos e desembainharam suas espadas em uníssono, afugentaram das casas todos os malditos espíritos baixos, e cortavam as ligações malditas que ainda impregnavam o homem inocente e leigo. Surgiu de fora da cidade então, no meio do bosque onde crepitava uma pequena fogueira, uma intensa e vermelha irradiação, circulou como uma labareda e numa torrente para todos os lados foram cuspidos do inferno pequenos diabretes e gárgulas. Ainda queimava aquela fogueira e ali estavam todos dançando freneticamente um ribombar descompassado e diabólico, as mulheres chupavam-se umas as outras e os homens mascarados tocavam-se como se desconhecessem o próprio corpo. Estava sentado num trono de madeira um forte homem, barba negra portando uma mascara que era vermelha por todos os lados, sem forma alguma apenas lisa, sem expressão, sem vida. Ele levantou-se de seu assento e tomou um punhal sujo, pegou a primeira mulher que encontrou na frente e espetou-lhe as costas enquanto esta pulava feito uma égua em cima de um gordo desacordado. Ela despencou com o golpe mortífero em suas costas, e ali ficou com o rosto no peito soado do homem rechonchudo. O estranho barba negra ergueu suas mãos e vociferou e todos ali não notaram o crime, somente a podridão astral surgiu do rasgo da pobre moribunda circundou o barba negra e o possuiu entrando pela sua boca. Os cavaleiros notaram a movimentação ao longe e invocaram como que do alem grandes cavalos negros, que ao galoparem causavam estrondo e trovoadas. O barba negra apossou-se de um cetro feito de crânios mortais e madeira, e lançava sobre o ar palavras inteligíveis e comandos aos seus sequazes. Os diabretes saíram à caça dos homens de branco, os gárgulas divisavam o ar rastreando todos os cavaleiros. O barba negra pessoalmente saiu de seu reduto de orgias e foi marchando com impaciência e agressividade até a casa do nobre invocador da luz.
Encontraram-se então os filhos das trevas com os cavaleiros do templo, e lutaram ferozmente os diabretes avançavam sobre os homens e só se podia notá-los quando a luz os revelava, pois estes se escondiam na escuridão com maestria. Cavalos foram derrubados e os diabretes em maior numero dispersaram os homens para todos os lados. Só se via relâmpagos partirem o céu e um ou outro diabrete torrado. Acuados os cavaleiros usaram de todos os seus artifícios, e a luz começou a sobrepujar a escuridão, empurraram todos os diabretes para um único local que era la onde a orgia havia começado e la exterminaram aqueles seres. Um dos cavaleiros havia ficado para trás. Não havia recuado e sim despertado de sua meditação, tomou sua espada e correu para a soleira, acendeu uma vela e parado ficou diante da porta esperando a sua visita.Uma baforada estilhaçou os vidros da casa e um forte grito acordou a vizinhança. Uma mulher nua rompendo a porta foi jogada aos pés do cavaleiro ali dentro. A mulher sendo usada de aríete partiu a cabeça e o sangue inundava o chão de carvalho da casa do mago.La fora estava imponente em sua ferocidade o feiticeiro. Barba negra avançou correndo em cima do mago, querendo dar-lhe cacetadas com o seu cetro. O mago sacou sua espada e o ferro gelado e forjado da espada partiu a arma do feiticeiro lançando-lhe sobre a soleira. O mago rapidamente apontou a espada para a boca do feiticeiro e invocou ao nome sagrado e estático o feiticeiro estancou ali e não mais se movia. O mago tomou como que do céu um facho de luz e direcionou sobre a face do barba negra, e ali se fez revelada a face de Asmodeu. O mago ziguezagueou a espada e o monstro blasfemou contra a luz que ali brotava. No astral os espíritos guerreiros circundavam o local e a cadeia de união aprisionou e exorcizou o maldito espírito. Os curiosos já brotavam na porta do mago, que pediu ajuda dos vizinhos para socorrer o pobre homem. A policia investigando registrou que aquilo havia sido um atentado, o homem havia sido contratado para matar o nobre templário. O dia raiou novamente mais limpo, mas o templário não descansou até que fosse para sempre erradicado as trevas no mundo.

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