Krak dos Cavaleiros

sábado, 10 de dezembro de 2011

Entrando em Outro Mundo 2-4




Giovanni também mencionou, como participante do Monastério, um certo diretor de uma empresa publicitária de Londres, que também co­nhecíamos. Embora não tenhamos conseguido confirmar sua participação na organização, descobrimos que seu interesse no ocultismo se estendia muito além dos livros e artigos ocasionais que escrevia, através de pseudônimos, sobre o assunto. Ele também desempenhou um importante papel na publi­cação de The Holy Blood and The Holy Grail, na edição de 1982. E com certeza não é coincidência ter ele uma segunda casa nas vizinhanças de uma certa cidadezinha francesa que tem, como veremos, um papel importante no drama desenrolado em torno do Monastério de Sion.
O resultado realmente importante de nossas conversas com esses ho­mens é que o atual Monastério de Sion não é, como afirmam os críticos, apenas uma invenção de um punhado de franceses com fantasias monarquistas. Em conseqüência de nossos recentes contatos e observações diretas, não temos mais dúvida alguma da existência real do Monastério nos dias de hoje.
Sua suposta linhagem histórica, entretanto, é uma questão completa­mente diferente. Deve-se admitir que os críticos do Monastério têm um pon­to a seu favor, pois a primeira data realmente documentada de sua existência é de 25 de junho de 1956. A lei francesa obriga todas as associações a se registrar, mesmo no caso, paradoxalmente, das assim chamadas sociedades 'secretas'. A declaração do Monastério na época de seu registro foi a de que seu objetivo era o de prover 'ajuda mútua e estudos para seus membros', uma declaração que, embora digna dos personagens dos romances de Dickens por seu brando altruísmo, é também um caso de estudo em matéria de cuida­dosa neutralidade. Ela declara uma única atividade, a de publicar um jornal chamado Circuit, que servia, nas palavras do próprio Monastério, 'para infor­mação e defesa dos direitos e liberdades da população de baixa renda'. A declaração lista quatro funcionários da associação, sendo que o mais inte­ressante e mais conhecido deles é Pierre Plantard, que também era o editor do Circuito
Contudo, desde a época dessa obscura declaração, o Monastério de Sion passou a tornar-se conhecido para um público muito maior. Seus esta­tutos não só foram impressos, devidamente assinados pelo suposto Grão­-Mestre, Jean Cocteau (embora, é claro, pudesse ser uma falsificação), como também apareceram em diversos livros. Sua estréia foi em 1962 em Les Templiers sont parmis nous (Os templários estão entre nós), de Gérard de Sede, que incluía uma entrevista com Pierre Plantard. O Monastério, entre­tanto, teve que esperar mais vinte anos para poder causar impacto no mundo de língua inglesa. Em 1982, o fenomenal best-seller The Holy Blood and The Holy Grail, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, estourou nas livrarias, e a controvérsia que a partir daí se instalou fez do Monastério um assunto da moda, pronto a ser debatido entre um público muito maior. O que esse livro afirma sobre a organização, e extrapola de seus supostos objetivos, será discutido mais tarde.
Pierre Plantard aparece ao público como um personagem vívido que aperfeiçoara a técnica dos políticos em olhar diretamente para os olhos do entrevistador, enquanto, astutamente, dá uma resposta que pouco tem a ver com a pergunta proposta. Nascido em 1920, tornou-se notícia pela primeira vez na época da França ocupada, em 1942, como o editor do jornal chamado Vaincre pour une jeune chevalerie (A conquista de uma nova ordem de cavalaria), que era marcadamente neutro em relação aos opressores nazistas e que, na verdade, era publicado com a aprovação destes. Era o órgão oficial da ordem Alpha-Galates, uma sociedade semi-maçônica e cavalheiresca ba­seada em Paris, da qual Plantard tornou-se Grão-Mestre com apenas vinte e dois anos de idade. Seus editoriais apareceram primeiramente sob o nome de 'Pierre de France', e então como 'Pierre de France-Plantard' e finalmente ap­enas como 'Pierre Plantard'.  Sua obsessiva procura do que ele considerava ser a versão correta de seu nome, pode ser vista mais uma vez quando adotou o título bem mais eloqüente de 'Pierre Plantard de Saint-Clair' , que foi o nome com que apareceu em The Holy Blood and The Holy Grail e utilizou enquan­to era Grão-Mestre do Monastério de Sion, entre 1981 e 1984. (Vaincre é hoje o título do boletim interno do Monastério, editado por Pierre Plantard de Saint-Clair e seu filho Thomas ).
Ex-projetista de uma fábrica de fogões, Pierre Plantard, apesar de ter exercido considerável influência na história européia, vez ou outra, afirmam alguns, tinha dificuldades em pagar o aluguel. Pierre Plantard de Saint-Clair, sob o cognome de 'Captain Way' (Capitão Caminho), era quem estava por trás da organização do Comitê de Segurança Pública, cujo empenho possibilitou a volta ao poder do General Charles de Gaulle, em 1958.
Vamos agora considerar a natureza essencialmente paradoxal do Monas­tério de Sion. Primeiro, de onde será que realmente vieram as informações públicas sobre a organização, e quão confiáveis são elas? Conforme afirma The Holy Blood and The Holy Grail, a fonte primária é a coleção de sete documentos enigmáticos arquivados na Biblioteca Nacional de Paris, onde são conhecidos como Dossiers secret (dossiês secretos). À primeira vista, eles se parecem com uma mistura entre genealogias históricas, textos e obras alegóricas mais modernas, que são atribuídas a autores anônimos com pseudônimos espalhafatosos ou com nomes de pessoas que não têm nenhuma relação com eles. Muitas dessas notas referem-se à suposta obsessão Merovíngia da socie­dade, e se concentram no famoso mistério de Rennes-le-Château, um remoto povoado na região de Languedoc, ponto de partida para Baigent, Leigh e Lin­coln realizarem suas investigações (falaremos mais sobre isso depois). No entanto, a partir daí surgiram outras questões que, para nós, têm um significa­do muito maior e com as quais havíamos lidado apenas brevemente. O primei­ro volume dos dossiês secretos foi arquivado na biblioteca em 1964, embora a data registrada seja de 1956. O último item foi arquivado em 1967.
Pode-se, com toda razão, caracterizar grande parte do conteúdo dos dossiês como sendo algum tipo de piada. Entretanto, advertimos contra tal reação porque, através de nossa experiência em relação ao Monastério de Sion e seu modus operandi, podemos afirmar que ele é perito na arte de divulgar desinformações de forma completa, deliberada e detalhada. Por trás dessa cortina de fumaça de tergiversação, confusão e tolices, há uma intenção muito coerente e muito séria.
Contudo, a suposta obsessão em restaurar a linhagem Merovíngia, extinta já há muito tempo, a uma posição de poder na França moderna, nem mesmo em um milhão de anos poderia fascinar e motivar, durante um perío­do tão longo, pessoas tão famosas e importantes quanto Leonardo da Vinci e Isaac Newton.A insinuação encontrada nos dossiês secretos que relaciona a questão da sobrevivência da dinastia para além do Rei Dagoberto II, sem mencionar a continuidade de uma linha direta de descendência até o final do século vinte, é na melhor das hipóteses frágil e, na pior, deliberadamente fabricada. Afinal, qualquer um que já tenha tentado traçar a árvore genea­lógica de sua própria família, para além de duas ou três gerações, logo per­cebe o quão complexo e problemático é todo esse processo. Então, mais uma vez, colocamos a questão de como poderia uma causa como essa inspirar gerações de homens e mulheres extremamente inteligentes. É realmente difícil imaginar que as preferências de Newton e Leonardo pudessem ser sobrepu­jadas por uma sociedade britânica cujos objetivos fossem restaurar o poder dos descendentes do Rei Haroldo II (assassinado por William, o Conquista­dor de homens, em 1066).
No que tange ao atual Monastério de Sion, há dificuldades enormes em concretizar os objetivos de restaurar a linhagem dos Merovíngios. Além de fazer da república francesa novamente uma monarquia, proposta rejeitada um século atrás, há ainda a questão de que, mesmo que essa restauração ocor­resse (presumindo-se que fosse possível provar a existência de um sucessor verdadeiro da dinastia dos Merovíngios), essa dinastia em particular não po­deria reclamar a coroa, já que a nação francesa sequer existia naquela época. Conforme colocou de forma sucinta o escritor francês Jean Robin; 'Dagober­to era...um Rei na França, mas de modo algum um Rei da França"
Os dossiês secretos podem parecer um completo absurdo, mas a magni­tude dos esforços e recursos colocados nele, e na manutenção de suas reivin­dicações, nos faz parar para pensar. Mesmo o escritor francês Gérard Sede, que devotou várias páginas muito bem argumentadas com o intuito de colo­car por terra as supostas evidências relacionadas à questão merovíngia co­locadas nos dossiês, admitiu que o volume de recursos à disposição para a pesquisa de estudiosos e acadêmicos era de uma desproporção impressio­nante. Embora seja cáustico acerca 'desse mito delirante', ele, no entanto, concluiu que realmente há um mistério por trás disso tudo. Outra curio­sidade relacionada aos dossiês é a dedução óbvia de que o autor, ou autores, teve acesso aos arquivos oficiais do governo.
Tomemos apenas dois exemplos, dentre muitos: em 1967 uma brochu­ra foi adicionada aos dossiês e se chamava Le serpent rouge (A serpente vermelha), atribuída a três autores, Pierre Feugére, Louis Saint-Maxent e Gas­ton de Koker, com data de 17 de janeiro de 1967, embora o recibo de depósi­to na Biblioteca Nacional seja de 15 de fevereiro. Esse texto extraordinário, de trinta páginas, que se pode apreciar como um exemplar de talentos a po­esia, também compreende astrologia, simbolismo alegórico e alquímico. A parte sinistra, entretanto, é que os três autores foram encontrados enforca­dos em um intervalo de vinte quatro horas, entre os dias 6 e 7 de março daquele ano.A conclusão óbvia é que essas mortes foram resultado da elabo­ração de Le serpent rouge. Entretanto, investigações subseqüentes mostra­ram que a obra foi arquivada junto aos dossiês em 20 de março, após, portan­to, a morte dos três, e o recibo de depósito foi deliberadamente falsificado para mostrar a data de fevereiro. Mas, de longe, o mais assombroso dessa coisa toda, por si só totalmente estranha, é que esses três autores não tinham, na verdade, ligação alguma com esse texto, nem com o Monastério de Sion... Alguém presumivelmente aproveitou-se da bizarra sincronicidade dessas três mortes e as utilizou para seus próprios e estranhos propósitos. Mas por quê? E, como nota Sede, passaram-se apenas treze dias entre as três mortes e o arquivamento do texto na Biblioteca Nacional. Foi, portanto, um trabalho muito rápido, o que torna bastante provável que o(s) autor(es) verdadeiro(s) tinha(m) acesso às investigações confidenciais da polícia.  E Franck Marie, escritor e detetive particular, provou conclusivamente que o mesmo tipo gráfico foi utilizado tanto em Le serpent rouge, como em alguns dos últimos documen­tos dos dossiês secretos.
Chegamos, então, ao caso dos documentos forjados do Lloyds Bank. Tidos como pergaminhos do século dezessete, foram encontrados por um padre francês no final do século passado e, supostamente, provavam a con­tinuidade da descendência Merovíngia. Foram adquiridos por um inglês, em 1955, e depositados em um cofre de uma agência do Lloyds Bank,em Londres. Embora ninguém tenha realmente visto esses documentos, existiam cartas que confirmavam o fato de terem sido depositados. Estas eram assinadas por três proeminentes executivos ingleses, que já haviam tido conexões com o serviço secreto inglês. Entretanto, durante a pesquisa para The Messianic Le­gacy (a seqüência de The Holy Blood and The Holy Grail) , Baigent, Leigh e Lincoln foram capazes de provar que as cartas eram forjadas, embora contivessem partes dos documentos genuínos que portavam as assinaturas verdadeiras, além de cópias dos registros de nascimento dos três executivos. A questão mais significativa e de maiores conseqüências é que, provavelmente, quem quer que as tenha forjado obteve as partes genuínas dos documentos nos arquivos do governo francês, o que implicava seriamente o seu serviço secreto.
Mais uma vez, tivemos uma sensação bastante estranha. Um acúmulo enorme de tempo, esforço e talvez mesmo de perigo pessoal, deve ter sido utilizado para produzir essa trama tão bem elaborada. Contudo, em última análise, todo esse esforço parece ter sido completa e totalmente inútil. Na verdade, toda essa trama segue os ditames da antiga tradição dos serviços secretos, nos quais poucas coisas são o que aparentam ser e as coisas mais indubitáveis sobre determinadas questões podem muito bem ser apenas um exercício de desinformação.
Existe, porém, uma razão para se fazer uso de paradoxos, mesmo que sejam completamente absurdos. Temos a tendência de relembrar os absurdos e mais ainda os aspectos completamente ilógicos que, ao serem deli­beradamente apresentados como argumentos estritamente factíveis, têm um poderoso efeito em nosso inconsciente. Afinal, o inconsciente é o lugar onde são criados nossos sonhos e opera com seus próprios tipos de paradoxo e não-lógica. E é esse inconsciente que motiva, cria, que, assim que tenha sido 'fisgado', continuará a trabalhar nas mensagens subconscientes por anos a fio, extraindo cada pedaço de significado simbólico do mais diminuto fragmen­to do que parece ser um palavreado sem sentido.
Os cépticos, que se orgulham em geral de sua sabedoria universal, são, com freqüência, curiosamente ingênuos, pois vêem tudo como se fosse pre­to ou branco, verdadeiro ou falso, que é exatamente a forma como certos grupos querem ser vistos. Haverá melhor maneira de atrair atenção por um lado, mas, ao mesmo tempo, filtrar a entrada de intrusos indesejáveis ou de curiosos casuais por outro lado, do que se apresentar ao público com uma informação aparentemente intrigante, porém, virtualmente sem nenhum sen­tido? É como se o próprio ato de se aproximar do significado real do Monas­tério por si só já constituísse uma iniciação: se sua disposição não for verda­deiramente essa, então, a cortina de fumaça se encarregará de impedi-lo de realizar uma investigação profunda. Mas, se de alguma forma você realmente tem essa vontade, então logo lhe será dado - ou você mesmo descobrirá, de um modo tão sincrônico que chega a ser suspeito -, aquele conhecimento extra sobre os aspectos interiores da organização que fará, de repente, com que tudo se encaixe em seu lugar.
Em nossa opinião é um grande engano desprezar os dossiês secretos simplesmente porque sua mensagem manifesta é comprovadamente implausí­vel. O volume de trabalho e esforço colocados nos dossiês são um argumen­to em favor da possibilidade deles terem algo real a oferecer. Admitimos que muito tempo se gasta, de maneira obsessiva, em pesquisas ou obras extremamente vastas e completamente tolas, e as horas/trabalho envolvidas nisso sequer resultam em algo que valha a nossa atenção ou respeito. Mas estamos lidando aqui com um grupo que, certamente, está trabalhando so­bre um plano intrincado, e, tomados em conjunto com todas as pistas e pal­pites (que ficarão mais claras no decorrer de nossa jornada), parece claro que alguma coisa está acontecendo. Ou eles estão tentando nos dizer algo ou estão tentando esconder alguma coisa. Enquanto isso, mais pistas sobre sua importância continuam a aparecer.
Então, o que podemos deduzir das afirmações históricas feitas pelo Monastério? Remontarão realmente ao século XI, e contariam as suas fileiras com os nomes ilustres mencionados nos dossiês secretos? Inicialmente, pode-­se afirmar que sempre é difícil provar a existência, atual ou histórica, de uma sociedade secreta. Afinal, quanto mais bem-sucedida é uma entidade em man­ter-se secreta, mais complicado é comprovar sua existência. Entretanto, poden­do-se demonstrar que existem reiterados interesses, assuntos e objetivos comuns entre aqueles que são tidos como pertencentes a esse grupo, durante anos, então é correto e mesmo sensato assumir que tal grupo pode realmente existir ou ter existido.
Mesmo que a lista de chamada dos Grão-Mestres do Monastério (de acordo com o que está escrito nos dossiês secretos) pareça ser totalmente inverossímil, comprovou-se, através da pesquisa de Baigent, Leigh e Lincoln, que ela não é aleatória. Existem realmente conexões persuasivas no pro­cesso sucessório dos Grão-Mestres. Além de se conhecerem, e em muitos casos serem aparentados, esses luminares compartilham determinados inter­esses e preocupações. É sabido que muitos deles estavam associados a mov­imentos esotéricos e a sociedades secretas, tais como a Maçonaria, os Ro­sas-cruzes e a Compagnie du Saint-Sacrement, todas compartilhando alguns objetivos em comum. Por exemplo, há um tema hermético peculiar que é comum às suas literaturas: uma sensação de arrebatamento ante a perspecti­va do Homem se tornar quase igual a Deus, na medida em que seu conheci­mento aumenta ilimitadamente.
Além disso, nossa própria pesquisa independente, que foi apresentada em nosso último livro, confirmou que aqueles indivíduos e famílias que esta­vam supostamente envolvidos com os interesses do Monastério durante o passar dos séculos, também eram a força motriz que sustentou o que pode ser chamado de O Grande Embuste do Santo Sudário.
Como já vimos, tanto Leonardo quanto Cocteau se utilizaram de simbolismo não ortodoxo em suas obras supostamente cristãs. Separados por 500 anos, o imaginário deles apresenta uma notável consistência, e outros escritores e artistas que estiveram ligados ao Monastério também se utiliza­ram desses motivos em suas obras. Isso sugere que eles realmente faziam parte de algum tipo de movimento secreto e organizado, que já estava mui­to bem estabelecido na época de Leonardo.Tanto Leonardo quanto Cocteau foram mencionados como sendo Grão-Mestres, e se levarmos em conside­ração suas preocupações compartilhadas, parece razoável deduzir que eles realmente eram altos membros de algum grupo no mínimo bastante seme­lhante ao Monastério de Sion.
O grosso das evidências reunidas por Baigent, Leigh e Lincoln em Tbe Holy Blood and Tbe Holy Grail, a fim de comprovar historicamente a existência do Monastério, é incontestável. E as demais evidências, que têm sido reunidas por outros pesquisadores, foram publicadas na edição do livro por eles revisada em 1996. (Esse livro é essencial para qualquer pessoa que esteja interessada nesse mistério.)
Todas essas evidências demonstram que havia uma sociedade secreta operando desde o século XII, mas será o atual Monastério de Sion seu herdei­ro verdadeiro? Embora os dois grupos não devam, como querem, estar neces­sariamente vinculados, o atual Monastério tem realmente um conhecimento profundo sobre a história daquela antiga organização. Afinal, foi através de seus membros atuais que ouvimos, pela primeira vez, a respeito de um Monas­tério que existira no passado.
Porém, ter acesso aos arquivos do antigo Monastério não implica ne­cessariamente ser uma continuação genuína deste. Em uma conversa recente, o artista francês Alain Féral, que, como protegido de Cocteau, trabalhou com ele e o conhecia bem, disse-nos, de modo inflexível, que seu mentor não fora Grão-Mestre do Monastério de Sion. Pelo menos, Féral nos assegurou, Cocte­au não estava envolvido com essa organização à época da proclamação de Pierre Plantard de Saint-Clair como Grão-Mestre. Entretanto, Féral conduziu sua própria investigação sobre certos aspectos da história do Monastério de Sion, especialmente no que se relaciona com o vilarejo de Rennes-le-Châ­teau, no Languedoc, e sua opinião é que aqueles que são listados como Grãos Mestres nos dossiês secretos, o que inclui Cocteau, estavam realmente conecta­dos através de uma genuína tradição oculta.

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