Krak dos Cavaleiros

sábado, 11 de setembro de 2010

CAUSALIDADE E CARMA





Um filósofo do século XVII, Gottfried Leibnitz, esforçou-se por mostrar como a harmonia do corpo e da alma pode ser alcançada de várias maneiras. Sugeriu que uma delas era a mais provável pela qual o corpo e a alma estavam relacionados. Para explicar essa harmonia, utilizou sua famosa alegoria dos dois relógios. Começou com a suposição de que dois relógios marcavam a mesma hora com precisão. Isto pode se dar de três modos diferentes. Primeiro, pode ser a influência mecânica de um relógio diretamente sobre o outro. Em outras palavras, um dos relógios mantém, continuamente, o outro na hora certa, sendo sincronizado com ele, através de um processo mecânico. Esta, dizia Leibnitz, é a concepção usual da relação de corpo e alma; isto é, a alma influencia continuamente o corpo e às vezes, o corpo influencia a alma, pelo que se presume que a relação está estabelecida.

O segundo modo, pelo qual dois relógios marcariam a mesma hora, seria um trabalhador especializado regulando os relógios, de minuto a minuto; em outras palavras, fazer ajustes contínuos para que sempre correspondam na hora que marcam. Este segundo exemplo é o equivalente da crença de que Deus, ou o Espírito Divino, intervém continuamente nos assuntos humanos. Essas pessoas imaginam que Deus constantemente vigia o espírito e o corpo do homem; em outras palavras, ajusta suas relações.

O último modo que Leibnitz sugeriu pelo qual dois relógios poderiam marcar a mesma hora era que cada um fosse originalmente feito para trabalhar com precisão desde o começo. Nesse caso cada relógio individualmente não só marcaria a hora certa, como também, marearia a mesma hora que todos os outros relógios. Com Isto, ele queria dizer que, se a alma e o corpo dos homens têm, cada um, inerente em si, seu propósito específico — a razão da sua existência — e o tem como sua finalidade, não precisam preocupar-se com as finalidades, ou propósitos, um do outro, porque tais finalidades naturalmente coincidiriam, sendo a intenção do Criador alma e do corpo dos homens que eles se harmonizassem. Portanto, não haveria razão para se influenciarem mutuamente, nenhuma razão para ajuste contínuo de hora em hora; em outras palavras, Deus não precisaria intervir a fim de mantê-los sob controle. Poderíamos também usar a analogia de uma parelha de cavalos. Cada cavalo da parelha tem antolhos. Um não vê seu companheiro, mas pode ver o objetivo, a direção em que está indo, e continua naquela direção e, assim, embora cada um esteja lutando pelos seus próprios fins individuais, os fins coincidem e os cavalos formam um harmonioso conjunto.

Pois bem, a filosofia sugere que um destes três princípios, que Leibnitz tão bem apresentou, explica as vicissitudes da nossa vida e a provável relação entre corpo e alma. Todavia, podemos aceitar arbitrariamente qualquer um dos três que nos pareça provável, ou podemos recusar todos. A maneira mais inteligente de se chegar à compreensão seria investigar a experiência humana, Investigar os fenômenos naturais e Cósmicos. Desse modo, podemos descobrir alguma lei reguladora positiva que explique a felicidade, a tristeza, o sucesso e o infortúnio.

Comecemos com a experiência humana. Coisas ou condições estão ocorrendo continuamente. Alguma coisa que antes não era, é, ou pelo menos assim se nos parece. Contudo, com um pouco de raciocínio, todos concordaremos que uma coisa em si não pode mudar sua própria composição. Algo que é uma substância singular não pode ser aquela substância e ao mesmo tempo ser convertida em outra coisa, pois, enquanto está no processo de modificação, não seria aquilo que era. Não obstante, a experiência comum revela que as coisas realmente parecem mudar em si mesmas. Essas coisas, que dão a aparência de mudança, são objetos que não são de uma substância única, mas são realmente uma combinação de partes, com uma parte agindo sobre a natureza da outra; isto explica a mudança aparente. Por conseguinte, quando falamos de causas, referimo-nos a algum objeto ou acontecimento por meio do qual outro objeto ou acontecimento vem a ocorrer. Um efeito é uma mudança produzida por uma causa em alguma outra coisa. Portanto, supomos que exista uma sucessão ordenada no processo de mudança. Em outras palavras, uma causa tem de preceder a mudança ou efeito que ela produz.

Deve-se compreender que não pode haver causas individuais; uma coisa não pode agir sobre si própria. Nada pode ser produzido a partir de si próprio. Se fosse assim, as coisas logo se esgotariam. Uma geração contínua a partir de algo significaria que eventualmente não restaria mais nada daquilo. Ademais, se uma coisa pudesse produzir-se inteiramente a partir de si mesma, então ela seria de natureza absolutamente independente. Não teria nenhuma relação, não precisaria ter qualquer relação, com nenhuma outra coisa. Em lugar de um universo homogêneo, teríamos um heterogêneo. Resta o fato de que não conhecemos nenhuma coisa verdadeiramente independente no universo. Tudo, na experiência humana, aponta para a unidade. Não pode haver coisas inteiramente autogeradas. Concluímos, portanto, que as coisas não saem umas das outras, mas uma em decorrência de outra, com influências relacionadas.

A natureza de uma causa não pode ser meramente ação, mas ação sobre alguma coisa. A ação tem de ter nina coisa sobre a qual agir. Por analogia, uma bala disparada no vácuo (se um vácuo perfeito fosse possível), independente da sua velocidade, não poderia em si ser uma causa, pois não teria nada sobre o qual agir para produzir um efeito. Portanto, é metafísica e logicamente correto dizer que a causação é uma doutrina que diz respeito à relação entre duas coisas: uma ativa, ou condição, e uma passiva — sendo assim, nenhum acontecimento ou objeto pode ter uma causa única. A mudança ou ocorrência é sempre o resultado de uma combinação de duas coisas, a de atividade e a de passividade.

Logo, tudo tem de ter duas causas, e a causa relativamente passiva é tão necessária quanto a ativa. Se as coisas fossem igualmente ativas em todos os aspectos, seriam iguais e não poderiam produzir uma mudança ou ocorrência, pois as coisas não podem agir sobre si mesmas, se não tiverem nenhuma qualidade variante. As coisas que são iguais em suas ações são o equivalente a uma mesma coisa, no que diz respeito à ação causal.

Na experiência humana, observamos, e de maneiras diferentes, esses dois tipos de causas: a ativa e a passiva. Elas recebem uma variedade de nomes. A maioria das causas ativas que somos capazes de perceber e que, aos nossos sentidos, aparecem como sendo ativas ou providas de algum tipo de movimento, chamamos de causas eficientes. Em outras palavras, elas parecem contribuir diretamente para um resultado. Por exemplo, a causa ativa de uma janela quebrada é a bola que a atinge. Há, contudo, as chamadas causas finais. Estas são realmente as que se seguem da interação entre causas ativas e passivas. Num sentido, uma causa final é o resultado, ou um fim, que se pode antecipar. Quando prevemos um efeito futuro como resultado de uma causa ativa e passiva, chamamos esse futuro de causa final.

Logo, contrário à noção popular, não existe um verdadeiro estado de equilíbrio na natureza. Na verdade, tal estado, mesmo que fosse possível, nem deveria ser desejado pelo homem. A antiga Cabala, os textos tradicionais dos hebreus, inclui uma obra conhecida como Sepher Yezirah. Traduzido literalmente, este título significa: Livro da Criação. Nesta obra, está relatado que o equilíbrio é o ponto morto entre duas forças opostas. Onde duas forças opostas são iguais em energia, ou em ação, elas se neutralizam. Ocorre, então, uma condição de repouso. O repouso está em oposição a toda a natureza. Portanto, o equilíbrio se opõe à força, pela qual ocorre a realização. O equilíbrio é o inimigo da mudança e do desenvolvimento. A Cabala diz ainda que o equilíbrio é uma negação permanente que nada produz.

Elifas Levi, em suas obras sobre o ocultismo, também ataca a idéia errônea, muitas vezes aceita pelos homens, de que o equilíbrio é importante em sua vida. Ele diz que, se duas forças contrárias são absolutas e invariavelmente iguais, tal equilíbrio constitui uma imobilidade, existindo, então, uma repressão absoluta de todo movimento, de toda a ação pela qual podem ocorrer mudanças ou desenvolvimentos. Tal equilíbrio seria a negação da própria vida. O movimento, afirma Levi, é a preponderância alternante de um impulso dado a um ou outro lado da balança, sendo o movimento, portanto, a qualidade positiva e total de qualquer coisa. Por outro lado, o movimento, ou a ação constantemente numa só direção, produziria monotonia ou imobilidade, porque não haveria mudança. Uniformidade, inalterabilidade são sinônimos de inatividade. A luz tem de ter suas variações de trevas — em outras palavras, gradações ou diminuições da luz ou de sua intensidade —; do contrário, não apreciaríamos a existência da luz. Se alguém nascesse e permanecesse numa sala banhada de luz forte, de uma intensidade que fosse constante e onde fosse impossível produzir sombras, não teria percepção do significado da luz, porque não teria constatado sua ausência e, assim, não saberia que ela existia.

O bem também tem de ter suas variações, seus graus menores, ou seus opostos aparentes que chamamos de mal, do contrário o bem não existiria. Chegar-se-ia a um equilíbrio de inconsciência moral. Não teríamos consciência do que constitui o bem. Não poderia haver ideal. Na verdade, poderia alguma coisa ser boa se não superasse ou fosse superior a outra coisa? Um ocultista disse que o bem ama o mal aparente que o glorifica; em outras palavras, que o mal é o grau menor do bem ou o oposto aparente pelo qual o bem passa a ser percebido ou desejado.

Todos encontram uma espécie de satisfação em seus atos contínuos voluntários pois, do contrário, a pessoa não continuaria tais atos. Aquele que age mal tem prazer coisas que faz. Não percebe que está fazendo o mal. Pode vir a saber que sua conduta é contrária ao que a sociedade defende, e que a sociedade pode classificá-la de errada, mas para ele, como indivíduo, não é errada. As regras que a sociedade estabeleceu não são uma experiência íntima, não tão íntima quanto os próprios atos da pessoa, nos quais ela sente prazer. A única maneira pela qual alguém pode realmente saber que seus atos são maus é perceber sensações e sentimentos opostos a eles. Quando conhece o oposto dos seus atos, então ele está capacitado a classificar alguns como bons e outros como maus.

O princípio natural de causa e efeito, de lançar opostos uns contra os outros, tem levado a desenvolvimentos importantes. Esse princípio tornou-se a base instintiva pura a primeira lei de compensação praticada na sociedade humana. Por volta de 2000 a.C., subiu ao trono de Babilônia o sexto membro na linhagem dos reis Amoritas. Tornou-se conhecido como Hamurabe. Foi um gênio, tanto na administração como na guerra. Sob sua orientação, a antiga Babilônia atingiu o ápice da sua cultura e tornou-se uma das maiores culturas do mundo antigo. Suas contribuições à civilização do seu período foram numerosas e deixaram influência definitiva sobre o mundo. Reorganizou o calendário, fê-lo conformar com as estações, tais como as conhecemos. Introduziu um sistema tributário imparcial, tributação cobrada igualmente a ricos e pobres. Permitiu que o cidadão humilde lhe apelasse diretamente se achava que os ministros do rei não estavam administrando justiça.

O que nos interessa mais é que começou a codificar as leis vigentes. Unificou todos os usos, o direito consuetudinário, os decretos, os costumes sociais e outros. Fez muitas mudanças, para administração de justiça. Mandou que esse código de leis, o primeiro na história do mundo, fosse inscrito numa coluna de diorito, uma espécie de monumento de pedra negra. A inscrição era cuneiforme, a escrita em forma de cunha usada na época. No alto da coluna foi esculpida uma cena representando o rei recebendo suas leis do deus-sol. O que significava que tinha sido iluminado em sua decisão e que houvera uma deliberação Divina para que codificasse suas leis e que fora influenciado por poderes além de si mesmo, a fim de que pudesse levar a termo sua obra. O código proporcionava justiça para a viúva e o órfão que, naqueles tempos antigos, como acontece muitas vezes hoje em dia, eram explorados devido à sua posição inerme na sociedade.

Um princípio importante, expressado em todo o código de leis, é que o culpado receberia um castigo igual ao dano causado a outros. Por exemplo, se alguém, por negligência, causasse dano a outros, tinha de experimentar, como castigo, o mesmo efeito causado pela sua negligência. Está especificamente relatado que um construtor tem de sofrer os mesmos ferimentos de um morador cuja casa desabou devido à construção descuidada. Tais leis de compensação eram baseadas no princípio de que a pessoa tinha que se dar conta dos efeitos dos seus próprios atos, quaisquer que fossem. O malfeitor devia sentir sua maldade na própria pele, pois não bastava que fosse castigado apenas por haver feito mal, também devia conhecer as conseqüências que seus atos produziram, e sentir efeitos idênticos.

Quinhentos anos após a época de Hamurabe, conta-se que Moisés recebeu os Dez Mandamentos no monte Sinai. Diz-se ainda que ele passou mais quarenta dias na montanha, onde recebeu uma amplificação dos mandamentos originais, uma elaboração sobre seu conteúdo. Estas últimas leis não foram escritas, mas diz-se que foram dadas verbalmente por Deus a Moisés e passaram a ser chamadas de Leis Orais. Estas Leis Orais, como aparecem hoje, têm sido grandemente influenciadas por modificação e adaptação feitas pelos rabinos através dos séculos.

Estas antigas leis hebraicas podem ser encontradas no Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. Elas são comumente chamadas de leis mosaicas. Verifica-se que correspondem estreitamente ao código de Hamurabe. Talvez a razão disto é que os hebreus, tendo sido escravos e prisioneiros na Babilônia, permitiram que suas experiências com as leis de Hamurabe entrassem pelo menos na adaptação da sua interpretação das leis mosaicas. O princípio fundamental dessas leis mosaicas, como o do código de Hamurabe, é que cada um tem de sofrer o efeito dos seus próprios atos. Por exemplo, no Êxodo 21: 23-25, encontramos: "... pagarás vida por vida, olho por olho, dente por dente, ... ferida por ferida, ..."

O Livro dos Mortos egípcio é outro exemplo clássico no qual o indivíduo é obrigado a sofrer os efeitos dos seus próprios atos como causas. O Livro dos Mortos é um título dado pelos arqueólogos e egiptólogos a uma coleção de textos funerários compilados e preparados ao longo de muitos séculos por sacerdotes egípcios. Nele vêm narradas as experiências que os mortos devem esperar no outro mundo, suas obrigações e a maneira de se preparar para a vida futura etc. Num dos muitos papiros de que é composto, existe uma cena chamada o Juízo Final, ou O Grande Ajuste de Contas. Ela mostra um grande salão onde se vêem reunidos os deuses da doutrina politeísta predominante no Egito àquela época. No centro do salão, perante uma assembléia de deuses, há uma grande balança. No alto de uma viga vertical que sustenta a balança, assenta-se um macaco. O macaco sempre foi associado ao deus Tote, o Deus da Sabedoria, e neste caso também simboliza a sabedoria. Num dos pratos da balança há uma pena. Esta representa a pureza e a verdade. No outro prato há o que parece ser um pequeno recipiente ou vaso, de um desenho peculiar, quase sempre o mesmo, que é chamado Ab. É um símbolo do coração.

A cena toda representa a pesagem das virtudes humanas após a morte, depois que o morto chegou ao outro mundo. O coração está sendo pesado com a verdade, para determinar até onde os atos do morto, sua conduta durante a vida, ficou aquém de um bem positivo; isto é, da verdade e da retidão. Por conseguinte, ali, perante os deuses, o morto está sendo obrigado a sofrer o julgamento dos efeitos dos seus atos. É Tote, o Deus da Sabedoria, quem decide o grau de virtude ou de mal da vida pregressa do defunto.

Nos textos de Confúcio existe mais outro exemplo de como o bem e o mal, como efeitos de atos, têm de ser pessoalmente compreendidos por nós. Um discípulo pergunta a Confúcio se existe alguma palavra que em si e por si serviria de regra prática da vida; mais especificamente, se existe uma única palavra cujo significado represente como o homem deve viver? Confúcio responde: "Reciprocidade". Isso quer dizer que aquilo que não queremos que nos façam não devemos fazer a outros.

Nos Escritos de Confúcio é dito claramente que, se um homem causou um dano, ele será punido na natureza exata do dano por ele causado. Por conseguinte, verificamos que a retribuição é a base da lei confuciana da compensação.

Dos antigos ensinamentos hindus chegou-nos uma palavra em sânscrito que significa causas e efeitos morais. Esta palavra é carma. Etimologicamente, significa feito ou fazer. A doutrina que cerca esta palavra, ou da qual a palavra é a base, propagou-se para muitas das outras religiões principais da índia — o budismo, por exemplo. Segundo Buda, a alma tem de encarnar continuamente durante um período indefinido. Portanto, o ideal budista é fazer com que cessem essas encarnações contínuas (corporificação em forma física). De acordo com os princípios budistas, os atos de cada vida tornam-se causas e, como causas, produzem uma seqüência de efeitos. Estes efeitos são carma, e o carma se acumula e é herdado ou trazido de uma vida anterior.

A alma, portanto, tem de esgotar o carma antes que possa ser liberada da necessidade de encarnar, repetidamente, em forma física no plano mortal. Segundo Buda, as encarnações são como a roda do oleiro, que recebe impulsos das suas mãos e se mantém girando. Os atos de cada encarnação são um impulso que mantém girando a roda do renascimento em forma física. Quando não há mais carma, quando nossos atos não o produzem, não há mais impulsos; a roda do renascimento cessa seu movimento e a alma não é novamente obrigada a habitar um corpo na Terra.

O budista diz que o carma é quádruplo. Há o carma que dá frutos na existência presente, durante nossa existência mortal aqui; o carma que dá frutos numa vida futura; o carma que dá frutos em um tempo indeterminado, isto é, que pode ocorrer nesta vida ou numa das muitas vidas subseqüentes, a partir desta; e há o carma passado. Pensamentos que produzem atos agora, na nossa vida atual resultam em carma na próxima encarnação. Se, contudo, não logram produzir efeitos, eles se tornaram carma passado, o que significa que foram aliviados de algum modo por atos subseqüentes. O budismo deixa claro que a culpa dos nossos feitos é estritamente nossa. Ela é, inteiramente, uma responsabilidade pessoal. Não podemos transferir a responsabilidade para outros. O budismo afirma, ainda, que não há como escapar aos nossos próprios atos; as causas são seguidas de efeitos, sem exceção, nos céus, no mar, ou na terra. Observa, ademais, que quando sofremos o mal, aprendemos a fugir dele. Isto não significa uma fuga, mas, sim, que, uma vez tendo sabido que os efeitos seguem uma causa, aprendemos a evitar tais causas.

Para o budista, o carma, como lei, é inexorável. Não há exceções, nem desvios. As doutrinas budistas incluem dois tipos gerais de carma: um é puro e o outro é impuro. O carma impuro necessita de outra existência; requer nova reencarnação em forma mortal. No carma impuro, o sofrimento é sempre proporcional ao próprio feito. A extensão do mal do ato determina a conseqüência ou efeito. Temos, aqui, uma vez mais, o princípio da retribuição pelo ato. Os feitos de carma puro detêm a roda do renascimento. A alma é libertada de nova prisão na forma física.

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